DEUTSCHE
AFRIKA KORPS (DAK)- 1941/1943
No começo de 1942, na Câmara dos Comuns,
Winston Churchill prestou a Rommel um tributo só muito raramente
concedido a um inimigo em tempo de guerra: "Temos pela frente um
adversário muito audaz e hábil, e, permitam-me dizer, de lado a
devastação da guerra, um
grande general". Esse tributo poderia, com idêntica justiça, ser
prestado ao próprio Afrika Korps, usando o termo "grandes soldados"; que
seja isto levado à luz da História.
O
nome de Rommel tornou-se mais famoso que o de qualquer dos principais
protagonistas na Segunda Guerra Mundial e, pela sua fama, o Afrika Korps
alemão, que ele comandou nas campanhas da África do Norte, tornou-se
igualmente celebrado. Ambos estão indelevelmente gravados nas páginas
da
História, devido a sua espantosa carreira no deserto _ de sua chegada a
Tripoli, em fevereiro de 1941, a sua derrota final, na Tunísia, quase
dois anos e meio depois, em maio de
1943.
Quando
os primeiros elementos do Afrika Korps chegaram à África, em meados de
fevereiro de 1941, o que restava do grande exército italiano do Marechal
Graziani na Cirenaica acabava de ser isolado e capturado, em Beda
Fomm, pela força mecanizada britânica, sob o comando do General
0'Connor. As forças
italianas restantes, na Tripolitânia, tão abaladas se encontravam com as
noticias desastrosas, que não tinham como defender o último ponto de
apoio da Itália naquela região, O primeiro
navio-transporte alemão chegou à baia de Tripoli no dia 14 de fevereiro,
dois dias depois da chegada do próprio
Rommel. Trazia apenas duas unidades avançadas, e Rommel apressou a ida
destas para a frente, que no momento era
defendida por um único regimento de italianos, de modo a criar o máximo
de atividade possível para ocultar sua debilidade e impedir que os
britânicos conseguissem expulsar os italianos da África.
Somente perto de meados de março é que o
regimento Panzer da sua principal divisão desembarcou em Tripoli. Até
fins de março
de 1941, o restante dessa divisão, a 5ª Ligeira, mais tarde rebatizada
21ª Panzer, não havia ainda chegado. A segunda das suas duas divisões, a
15ª
Panzer. só chegaria em maio.Não obstante, desfechou ele uma
contra-ofensiva de sondagem, no final de março, com sua única divisão
(ainda incompleta) do Afrika Korps, sentindo que os britânicos, depois
de prolongada ofensiva pela Cirenaica, estavam exaustos e em processo de
reorganização. Injetando ânimo e coragem, com essa manobra, em seus
aliados italianos, conseguiu que estes o apoiassem com partes das três
novas divisões que lhe foram enviadas da Itália.
Blindados do Afrika Korps desembarcam na África
O avanço de experiência mostrou-se mais bem
sucedido do que ele esperava, e Rommel o explorou sem demora, e com tal
efeito demolidor, que, passados quinze dias, havia reconquistado aos
britânicos todos os ganhos recentemente realizados na
Cirenaica, exceto o porto de Tobruk, onde cercou a maior parte do que
restava das tropas britânicas.
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Soldado australiano da 9ª Divisão
durante o cerco a Tobruk em 1941.
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Embora seus esforços para capturar Tobruk fracassassem, a balança da
guerra na África começou drasticamente a pender para os germânicos.Em
maio
de 1941, e novamente em junho, os britânicos desfecharam renovadas
ofensivas, com novas forças enviadas à África do Norte, mas Rommel e o
Afrika Korps conseguiram repelir todas elas, ao mesmo tempo que
mantinham o cerco de Tobruk. Em novembro
de 1941, depois que Auchinleck substituiu Wavell como
Comandante-em-comandante no Oriente Médio, os britânicos desfecharam
ofensiva muito mais forte, a qual
Winston Churchill esperava que derrotasse o Afrika Korps e expulsasse
alemães e italianos da África.
As forças britânicas, agora com o nome de
8° Exército, superavam os alemães e italianos, juntos, em número de
tanques, na proporção de 9 para 4, e os alemães isoladamente _ que eram
"a espinha dorsal do exército inimigo", como salientava Auchinleck, em
mais de 4 para
1. Na realidade, o total de tanques dotados de canhões dos britânicos
era de 756, com cerca de um terço mais em reserva, ao passo que o total
de tanques alemães dotados de canhões era 174 e dos italianos, 146 — de
tipo antiquado. Mas nessa
ação chamada Operação Crusader apenas a diferença do volume das forças
em choque, depois de prolongada e arriscada luta, é que levou Rommel e
suas forças a se retirarem da Cirenaica para a fronteira da
Tripolitânia, de onde haviam avançado na primavera.
No dia 1° de junho de 1942, a A sudoeste do porto
de Tobruk, o Afrika Korps e o 8° Exército britânico acham-se empenhados, há
cinco dias, em uma sangrenta batalha. Encurralados contra os extensos campos de
minas da linha de El Gazala, as forças alemães desprovidas de combustível e
munição, encontram-se em gravíssima situação. Rommel, sem vacilar, ordena que
seus tanques aniquilem uma brigada de infantaria britânica, entrincheirada às
suas costas e estabelece contato, através do campo minado, com as unidades do
10º Corpo de Exército italiano. Assim, a crise é superada.
Enquanto as Panzer se reabastecem aceleradamente,
os ingleses permanecem inativos. Uma terrível confusão reina nas fileiras do 8º
Exército. Seu chefe, o General Ritchie, convencido de que a batalha está ganha,
dispõe-se a lançar um último ataque para exterminar as unidades de Rommel, que
“caíram na ratoeira”. No entanto, não consegue coordenar um plano definido e
perde, assim, um tempo precioso. Resolve, finalmente, efetivar uma investida
direta contra as posições alemães. O ataque, partindo do sudoeste, será feito
por tropas de infantaria da 5ª Divisão hindu e pela 22ª Brigada blindada.
Simultaneamente, a 32ª Brigada de tanques pesados intervirá também no assalto
vindo do norte. A operação, designada de Aberdeen, se iniciará na manhã de 5 de
junho.
A falta de ação dos britânicos possibilita a
Rommel uma pausa de 4 dias, que ele aproveita procurando reorganizar suas
dizimadas unidades e consolidando as defesas do perímetro que ocupa. Com
serenidade e absoluta confiança na vitória, aguarda então o ataque das forças de
Ritchie.
Durante a noite de 4 para 5 de junho de 1942,
Rommel situou a 15ª Divisão Panzer ao sul do perímetro defensivo, com o objetivo
de poder deslocá-lo livremente para o nordeste ou sudoeste, conforme a
orientação do ataque britânico. De suas trincheiras, na vanguarda, os soldados
do Afrika Korps podiam vislumbrar na obscuridade as massas negras dos carros
blindados inimigos tomando posição para o ataque. Às 03:00 horas da madrugada, a
infantaria hindu iniciou o avanço e conseguiu penetrar profundamente nas linhas
alemães. Chegou o dia, porém, e com ele a derrota para os britânicos.
Pouco antes das 06:00 da manhã, e depois de uma
hora de violenta preparação pela artilharia, a 22ª Brigada blindada, integrada
por 156 tanques leves Stuart, deslocou-se em leque e investiu contra as linhas
defendidas pela divisão blindada Ariete. No primeiro momento, o ataque britânico
teve sucesso, e obrigou os tanques italianos a recuar até às linhas da
artilharia alemã. Ali, os blindados ingleses caíram sob o fogo cerrado das
mortíferas peças de 88 mm e sofreram enormes baixas.
Os tanques que conseguiram escapar à destruição
retiraram-se aceleradamente e deixaram abandonadas, a retaguarda, as unidades de
infantaria. Do sul, avançando velozmente, a 15ª Divisão Panzer e um grupo
motorizado conduzido pelo próprio Rommel cortaram a retirada dos ingleses e os
submeteram a um fogo devastador. Combatendo com bravura extraordinária, os
tanques britânicos abriram passagem até suas linhas.
Enquanto isso, ao norte, a 32ª Brigada de
tanques, composta por tanques Matilda, foi rechaçada pela 21ª Divisão
Panzer e embrenhou-se num campo de minas alemão, sofrendo grandes baixas,
causadas pela ação combinada dos explosivos e canhões antitanque. Ao cair da
noite, o deserto se iluminou com os restos flamejantes dos tanques ingleses
destruídos. Em seu fracassado ataque o 8º Exército perdeu 110 tanques. Milhares
de soldados de infantaria ficaram aprisionados por trás das linhas alemães.
Tanque britânico Matilda Mk III, Líbia - 1941
Na manhã seguinte, as brigadas blindadas
britânicas lançaram-se novamente ao ataque, para resgatar as unidades cercadas.
Convergindo do leste e do oeste, as Panzer encurralaram os tanques inimigos e
lhes causaram novas e tremendas perdas. A jornada terminou com a derrota total
das forças de Ritchie. Nessa seqüência brutal de combates, o comandante
britânico havia perdido 168 tanques médios, 50 pesados, quatro regimentos de
artilharia, uma brigada de infantaria hindu e todo o grupo de apoio da 7ª
Divisão Blindada.
Bir Hacheim
Depois de rechaçar o ataque britânico, Rommel
decidiu eliminar a guarnição francesa de Bir Hacheim, que, desde 2 de junho de
1942, resistia obstinadamente aos ataques das formações alemães e italianas. A
tomada desse reduto permitiria a Rommel manter limpa sua retaguarda, o que lhe
daria ampla liberdade de ação para empreender o assalto final contra as forças
britânicas, sediadas em torno de El Gazala e Tobruk.
A partir de 6 de junho, as tropas de Rommel
realizaram repetidos e violentos ataques contra Bir Hacheim, apoiados pelo
bombardeio incessante dos Stukas. Não conseguiram, no entanto, dobrar a
desesperada resistência dos franceses livres, que, na noite de 10 de junho,
abriram passagem através do cerco e se incorporaram às linhas do 8º Exército.
Bir Hacheim ficou, assim, nas mãos de Rommel, que, na tarde de 11 de junho,
colocou a totalidade de suas forças em marcha para o norte, decidido a travar
sem demora a batalha final. Ao ter conhecimento da queda de Bir Hacheim, o
General Ritchie procurou reconstituir a frente de combate, agrupando suas forças
numa linha paralela à costa do Mediterrâneo. Dois redutos, Knightsbridge e El
Adem, constituíram-se nos pontos chaves dessa posição, defendidos,
respectivamente, pela Brigada da Guarda e pela 29ª Brigada hindu. O comadante
britânico acreditava que podia rechaçar a iminente investida de Rommel, pois
ainda contava com numerosos carros blindados (250 tanques médios e 80 Matildas).
Determinou então a seus subordinados que empregassem os tanques em estreito
contato com as unidades de artilharia e infantaria, para não as expor,
isoladamente, a um novo choque com os Panzer.
O General Norrie, comandante do 30º Corpo de
Exército, contudo, afastando-se dessa orientação, ordenou à 7ª e à 1ª Divisões
Blindadas que transpusessem a linha fortificada e saíssem ao encontro das forças
de Rommel. Nas últimas horas da tarde de 11 de junho, a 15ª Divisão Panzer e a
90ª leve avançaram para El Adem, sob o comando direto de Rommel.
Simultaneamente, a 21ª Divisão Panzer marchou para o ataque contra o centro das
posições britânicas. Levantando gigantescas nuvens de poeira, os carros
blindados alemães convergiram sobre as linhas inimigas. Nessas circunstâncias,
um destacamento da 90ª Divisão leve deu de encontro a uma coluna de veículos
blindados na qual viajava o General Messervy, comandante da 7ª Divisão blindada.
Aproveitando a confusão, o general britânico conseguiu fugir, refugiando-se no
interior de um poço de água seco, onde permaneceu escondido durante o decorrer
do dia 11. Ao ter notícia do desaparecimento de Messervy, o General Norrie
confiou o comando da 7ª Divisão ao General Lumsden, comandante da 1ª Divisão
blindada, e lhe ordenou que atacasse imediatamente, com as duas unidades, a 15ª
Divisão Panzer, cujas colunas se encontravam já a 10 km a sudoeste de El Adem.
Enquanto os britânicos se encaminhavam para o
ataque, Rommel deslocou a 21ª Divisão Panzer, em um movimento envolvente, e
rodeou, pela retaguarda, a 7ª Divisão inglesa. Surpreendidos no meio da manobra
que se preparavam para executar, os tanques britânicos, sob o violento fogo
concentrado dos Panzer e das baterias antitanque, sofreram grandes baixas. Em
meio à batalha, chegou Lumsden, do norte, com os tanques da 1ª Divisão.
Imediatamente, compreendeu que não era mais possível realizar o ataque planejado
por Norrie, e lhe propôs uma retirada imediata de todas as unidades blindadas
para o reduto fortificado de Knightsbridge. Norrie, contudo, insistiu em seu
plano.
A partir desse momento ficou selada a sorte das
unidades blindadas britânicas. No furioso combate com os Panzer, os tanques do
8º Exército foram destruídos, um após o outro. Na manhã de 12 de junho, a 21ª
Divisão Panzer e a 15ª fechavam suas pinças no leste e no oeste, enquanto as
divisões italianas Ariete e Trieste pressionavam no sul.
Panzer do Afrika Korps tenta melhorar a sua
blindagem frontal
No momento em que estava ocorrendo essa dramática
batalha, chegou ao porto de comando de Ritchie o General Auchinleck. Os dois
analisaram a situação, e consideraram, apesar das graves perdas sofridas, que
deviam sustentar a frente de combate. Determinaram, portanto, que o 8º Exército
prosseguisse resistindo ao logo da linha El Gazala - Knightsbridge - El Adem.
Deveria ser contida a qualquer preço a penetração de Rommel para o norte!
Rommel, contudo, já havia conseguido rechaçar o
resto das brigadas blindadas britânicas em direção a Knightsbridge e, ao cair da
noite, irrompeu com suas forças pelo caminho que une esse posto ao reduto de El
Adem. A frente do 8º Exército ficou, assim, rompida. Todas as unidades situadas
a oeste, na linha de El Gazala, estavam em perigo iminente de serem cercadas
pelos Panzer. Uma terrível confusão instalou-se nas fileiras britânicas. O
General Norrie, comandante do 30º Corpo de Exércitos, perambulou no seu veículo
através do deserto, tratando desesperadamente de reagrupar suas forças. Na
cruenta luta de 12 de junho havia perdido 260 tanques.
Sem dar trégua aos ingleses, Rommel continuou, no
dia 13, o seu avanço. Durante toda a manhã os canhões do Afrika Korps,
bombardearam, com ruído infernal, o reduto de Knightsbridge sem conseguir
sufocar a heróica resistência da brigada da Guarda. A 15ª Divisão Panzer
prosseguiu convergindo para o leste, aniquilando os tanques e veículos blindados
que encontrava pelo caminho. Do oeste, a 21ª Divisão Panzer completou a manobra
de pinça deslocando-se, dificilmente, em meio a uma tremenda tempestade de
areia. A batalha prosseguiu com fúria crescente durante o resto do dia. Ao cair
da tarde, as forças blindadas do 8º Exército haviam ficado reduzidas a 70
tanques. Agora, nada podia impedir a vitória de Rommel.
Nessa noite, a brigada da Guarda abandonou suas
posições em Knightsbridge, depois de ter sofrido a perda da quase totalidade de
seus veículos blindados de apoio, e conseguiu incorporar-se ao grosso do 8º
Exército. A evacuação desse reduto deixou a Rommel o caminho livre até a costa.
Imediatamente Rommel compreendeu que devia completar, o mais rápido possível, a
penetração para o norte, a fim de ganhar a costa, e bloquear a estrada que corre
paralela ao Mediterrâneo. Dessa forma conseguiria cortar a última rota de fuga
que restava às divisões britânicas de infantaria que ainda permaneciam
entrincheiradas na linha de El Gazala.
Em meio à escuridão os Panzer do Afrika Korps
iniciaram sua concentração, preparando-se para atacar. As divisões italianas
Ariete e Trieste deslocaram-se velozmente sobre o flanco oriental para cobrir o
avanço, e a 90ª Divisão leve alemã movimentou-se para Tobruk com a missão de
cortar em profundidade a linha de retirada do 8º Exército. Sobrepujando o seu
esgotamento, os soldados e tanquistas alemães e italianos subiram em seus
veículos, com a jubilosa certeza de que a vitória já estava em suas mãos.
Às 10:30H da manhã de 14 de junho de 1942,
Ritchie, convencido de que a batalha estava perdida, enviou um telegrama a
Auchinleck, anunciando-lhe a sua intenção de retirar as tropas de El Gazala em
direção à fronteira egípcia.
O General Norrie, comandante do 30º Corpo, havia
ordenado ao General Gott, comandante das tropas de El Gazala, que iniciasse o
movimento de retirada. Ritchie pretendia reagrupar todas as unidades
sobreviventes do 8º Exército, a leste de Tobruk, e manter a resistência nessa
fortaleza, mesmo quando fosse novamente sitiada. Esse plano contradizia a
decisão adotada no mês de janeiro, juntamente com Auchinleck, quando se havia
resolvido que, em caso de uma derrota, não se defenderia Tobruk.
Rommel, enquanto isso, se achava já em marcha
para o norte. Rodando velozmente através do deserto, as colunas do Afrika Korps
se dirigiam em linha reta para a estrada costeira, pela qual se retiravam
aceleradamente as tropas inglesas. De improviso, os tanques se internaram num
extenso campo minado, e numerosos veículos foram destruídos. O avanço ficou
paralisado.
Enfurecido pelo contratempo inesperado, Rommel
ordenou aos destacamentos de sapadores que procedesse imediatamente à abertura
de um caminho através da barreira de minas. Os britânicos, contudo, impediram a
operação, lançando uma mortífera cortina de fogo com sua artilharia. Nesse
momento, desabou em violenta tempestade de areia, que permitiu aos alemães abrir
passagem pelo campo minado. Não conseguindo, porém, superar as unidades
inglesas, entrincheiradas na sua rota de avanço. As horas corriam e o Afrika
Korps continuava detido, apesar de suas furiosas arremetidas contra as posições
inimigas. Rommel decidiu, então abrir fogo com todas as suas baterias pesadas,
sobre a estrada costeira, agora muito próxima de suas linhas avançadas. O
estrondar dos projeteis alemães, que explodiam ao longo da estrada, se uniu ao
surdo rugido das cargas de demolição, com que os britânicos faziam voar seus
depósitos de combustível e munições, no porto de El Gazala.
Ao cair da tarde, um regimento de infantaria
alemão lançou um violento ataque contra as linhas inglesas, e, apesar da
encarniçada resistência, conseguiu ganhar terreno. A luta prolongou-se, com
selvagem intensidade, durante várias horas. Finalmente, os britânicos começaram
a ceder. A noite se fechava já sobre o cenário da sangrenta batalha. Extenuados,
os infantes alemães aniquilaram os últimos focos de resistência, apoiados pelo
fogo dos canhões dos Panzer. Mais uma vez, os soldados britânicos haviam
demonstrado sua indomável tenacidade numa luta sem esperanças, contra forças
arrasadoramente superiores.
Enquanto acontecia esta batalha, as tropas da 1ª
Divisão sul-africana efetuavam uma retirada forçada pela estrada costeira, em
direção à fronteira egípcia, sob o fogo dos Stukas e da artilharia do Afrika
Korps. Mais ao sul a 50ª Divisão de infantaria britânica, comandada pelo General
Ramsden, dava início a uma audaciosa manobra. Impedida de retirar-se para o
norte, lançou-se a um ataque frontal contra as forças do 10º Exército italiano,
e, depois de atravessar a linha minada de El Gazala, realizou uma ampla volta
para o sul e se evadiu para o Egito, pela retaguarda do Afrika Korps. A
armadilha de Rommel, assim, fechou-se sobre o vazio.
Nas primeiras horas do dia 15 de junho, as
unidades de vanguarda da 15ª Divisão Panzer, atravessando a estrada costeira,
prosseguiram avançando até alcançar a costa do Mediterrâneo. Na estrada, como
unidade de contenção, ficou unicamente um destacamento de sete tanques. Essa
débil força não pôde fechar a passagem aos contingentes sul-africanos, que, em
desesperada retirada, afluíam de El Gazala. Milhares de sul-africanos puderam
assim evadir-se para Tobruk. Algum tempo mais tarde tornaram a convergir sobre a
estrada as restantes colunas do Afrika Korps e fecharam definitivamente a
brecha.
Sem dar às suas tropas, sequer, tempo de
respirar, Rommel dirigiu a 21ª Divisão Panzer para apoiar a 90ª leve, cujas
unidades se encontravam empenhadas numa violenta luta com as forças hindus que
defendiam o reduto de El Adem, a poucos quilômetros ao sul de Tobruk. As
formações Panzer, atacadas incessantemente pelos aviões da RAF, completaram seu
deslocamento, e prosseguiram avançando para além de El Adem, até a localidade de
Sidi Rezegh, onde, ao cair da noite, foram contidas pelos britânicos.
Auchinleck, enquanto isso, havia ordenado a
Ritchie, seguindo categóricas instruções de Churchill, que defendesse Tobruk.
Esta fortaleza contava com uma guarnição de 35.000 soldados, em sua maioria
pertencentes à 2ª Divisão sul-africana, porém, suas defesas e campos minados se
achavam num total estado de abandono. Confiados que haviam de deter Rommel na
linha de El Gazala, os britânicos não haviam tomado as precauções necessárias
para reparar as fortificações da fortaleza. Essa negligência haveria de
custar-lhe a perda de Tobruk.
Enquanto o Afrika Korps continuava irrompendo
para o oeste; os últimos contingentes do 8º Exército terminavam a sua retirada
na fronteira egípcia. A derrota britânica era total.
Ataque a Tobruk
A 16 de junho de 1942 as forças de Rommel
redobraram seus ataques contra os redutos britânicos, situados em torno da
praça-forte de Tobruk. A 29ª Brigada hindu prosseguia oferecendo encarniçada
resistência em El Adem e conseguiu rechaçar os ataques da 90ª Divisão leve do
Afrika Korps. Mais para o norte, contudo, os alemães conseguiram apoderar-se dos
poderosos fortes de El Duda e Belhamed. Ritchie e Auchinleck compreenderam,
então, que a sorte de Tobruk estava selada.
Ao cair da noite, o comandante do 8ª Exército
determinou que a 29ª Brigada abandonasse El Adem e procurasse abrir passagem
através do cerco alemão. Sob o comando do General Denis Reid, os esgotados
soldados hindus, montando em seus caminhões e veículos blindados, irromperam,
surpreendentemente, através das linhas inimigas, retirando-se velozmente até a
fronteira egípcia. Alguns destacamentos ficaram para trás, cobrindo a evasão dos
seus companheiros. Finalmente, na manhã de 17 de junho, os alemães ocuparam El
Adem, capturando 500 prisioneiros e grande quantidade de material de guerra.
Havia chegado o momento decisivo. Rommel
reagrupou suas unidades e marchou rapidamente para o aeródromo de Gambut,
situado junto à costa, a leste de Tobruk. Esta manobra tinha por objetivo
eliminar as últimas forças britânicas que ainda resistiam nas cercanias da
fortaleza e desbaratar as esquadrilhas da RAF, que operavam de Gambut contra as
colunas do Afrika Korps. Uma vez ocupada essa base, Rommel teria as mãos livres
para jogar a cartada final contra Tobruk.
Movimentando-se com velocidade através da
deserto, os Panzer se aproximam do seu objetivo cobertos, na retaguarda, pelas
unidades da divisão blindada Ariete. Nessa circunstância, Ritchie realizou uma
última e desesperada tentativa para impedir que Rommel fechasse o cerco de
Tobruk. Comandada pelo General Messervy, a 4ª Brigada blindada abandonou as
posições fortificadas da fronteira e se dirigiu para o oeste, tencionando deter,
mediante um ataque de flanco, de surpresa, a penetração do Afrika Korps.
Integravam essa unidade 90 tanques de todos os tipos, tripulados por homens de
várias brigadas britânicas que haviam sido destruídas nos combates anteriores.
Com seus galhardetes tremulando ao vento, os tanques britânicos arremeteram
frontalmente contra as forças alemães e, em poucos minutos, travaram uma confusa
e desesperada luta com os Panzer. Os alemães, finalmente, conseguiram rechaçar o
ataque, e destruíram 32 tanques ingleses. O 8o Exército perdeu assim, sua última
formação de blindados.
Ao cair da tarde, Rommel ordenou à 21ª Divisão
Panzer, que avançasse diretamente para o norte e, à frente de suas formações,
marchou rumo a Gambut. Às 10 da noite, os tanques de vanguarda se aproximaram
das defesas exteriores da base, depois de uma difícil e lenta movimentação
através do campos minados. O grosso da divisão permaneceu detido, na retaguarda,
no limite da barreira de minas. Com o despontar do dia, as colunas puseram-se
novamente em movimento, sob os incessantes bombardeios dos aviões da RAF.
Conseguiram, contudo, prosseguir o avanço, e pouco depois das 4 da tarde,
cortaram a rodovia e a estrada de ferro paralelas à costa. Tobruk estava
cercada!
Nessa mesma noite, um regimento de infantaria
motorizada lançou-se ao ataque e ocupou Gambut. Na base, que os britânicos não
evacuaram até o último momento, os alemães conseguiram apoderar-se de 15 aviões
intactos e grande quantidade de combustível, com o qual reabasteceram seus
veículos e tanques. Rommel empregou todo o dia 19 distribuindo e localizando
suas forças para o ataque a Tobruk. As divisões italianas Pavia, de infantaria,
e Littorio, blindada (esta última acabava de chegar à frente, procedente de
Trípoli), postaram-se, pelos oeste e pelo sul, em frente à fortaleza, para
cobrira ação do Afrika Korps e do 20º Corpo mecanizado italiano
Cai a fortaleza
Rommel planejou rapidamente a operação de
assalto, pois, desejava aproveitar ao máximo a desorganização que imperava nas
fileiras que defendiam a fortaleza. O 20° Corpo italiano, integrado pelas
divisões italianas Ariete e Trieste, realizaria um ataque de dispersão, no
sudoeste. Simultaneamente, as divisões Panzer 15ª e 21ª tentariam romper o
cinturão fortificado, apoiados pela totalidade das esquadrilhas da Luftwaffe e
da Régia Aeronáutica. Ao mesmo tempo a 90ª Divisão leve se deslocaria a toda
velocidade até a fronteira egípcia, para aumentar a incerteza dos britânicos
acerca da verdadeira orientação do ataque.
Ao alvorecer de 20 de junho de 1942, as forças do
Eixo estavam prontas para desfechar o assalto. Rommel, no último instante,
passou em revista seus homens e os incitou a realizar um supremo esforço. Tobruk
teria que ser conquistada a qualquer preço, a fim de que ficasse,
definitivamente, aberto o caminho para o Cairo. Às 5h20 da manhã, os Stukas se
lançaram em picada sobre as fortificações, descarregando uma chuva de bombas.
Violentas explosões e gigantescas colunas de areia sucediam-se ao longo de toda
a frente. Amparadas por esse dilúvio de fogo e aço, as tropas de infantaria do
Afrika Korps se aproximaram das linhas inimigas e deram início ao ataque,
internando-se pelas brechas abertas nos campos minados pelos destacamentos de
sapadores.
Duas horas mais tarde, depois de sustentar
furiosos combates corpo a corpo com as tropas hindus e sul-africanas,
entrincheiradas nos postos de vanguarda, os infantes alemães conseguiram
estabelecer uma cabeça-de-ponte dentro do perímetro fortificado. Rapidamente, os
sapadores se internaram pela brecha, e passaram a estender pontes sobre a
profunda fossa antitanque que rodeava Tobruk. Às 08:00h o trabalho estava
terminado, e Rommel ordenou aos Panzer que invadissem a toda velocidade o
interior da fortaleza.
Rommel se incorporou às unidades de vanguarda da
15ª Panzer, e, depois de uma difícil travessia dos campos minados, sob o intenso
fogo da artilharia inglesa, cruzou, com seu veículo de comando, o fosso
antitanque. Nesse momento, apareceram de surpresa, os tanques pesados Matilda,
lançados de Tobruk pelos britânicos, numa desesperada tentativa de conter a
penetração. Os Panzer enfrentaram resolutamente aqueles blindados lentos e em
encarniçada luta conseguiram rechaça-los, causando-lhes elevadas perdas. Rommel
ordenou então às divisões italianas Ariete e Trieste, localizadas na retaguarda
que cruzassem a fossa antitanque e se incorporassem ao Afrika Korps. Uma vez
reunidos, os tanques alemães e italianos lançaram-se velozmente pelo terreno
rochoso, arremetendo contra os Matilda que ainda ofereciam resistência. Cerca de
50 tanques blindados britânicos foram destruídos em poucos instantes. O caminho
para Tobruk ficou assim, praticamente, desimpedido.
Com força total em seus motores, os Panzer
avançaram, então, até o porto, seguidos pelos veículos semi-blindados carregados
de soldados, e pelas baterias de 88 mm. Do oeste, as baterias do forte
Pilastrino, poderoso reduto britânico, atiraram violentas descargas sobre as
colunas inimigas, mas não puderam deter sua marcha. Rommel podia avistar já, à
distância, os edifícios destruídos e instalações do porto de Tobruk, envoltos na
fumaça e nas explosões causadas pela artilharia e pelos Stukas.
O
canhão de 88 mm Flak 18/36/37/41 e Pak 43 foi uma peça de artilharia alemã
utilizada durante a Segunda Guerra Mundial tanto para a defesa antiaérea como
arma antitanque, sendo capaz de penetrar na blindagem de qualquer veículo aliado
daquela época a grande distância. Era uma das principais armas antitanque de Rommel,
e uma verdadeira obsessão das tripulações de
blindados aliados. Tinha a dotação de seis homens e podia disparar 20 tiros por
minuto.
Combatendo sem trégua, os alemães quebraram a
resistência que opunham, encarniçadamente, os últimos redutos, na rota do seu
avanço. Às 19:00h, os primeiros tanques entraram em Tobruk, e superaram os
núcleos isolados de infantes sul-africanos, que, entrincheirados entre os
escombros, disparavam suas metralhadoras e morteiros. Pouco depois, o forte
Pilastrino capitulou. A luta, no entanto, continuou, com fúria crescente, no
flanco oeste do perímetro. Ali, o General Klopper, comandante da guarnição,
havia instalado o seu posto de comando. A 21 de junho de 1942, esse comandante
recebeu de Ritchie autorização para a rendição da praça. Poucas horas depois, a
bandeira branca foi içada no alto do QG britânico.
A sanguinária luta havia terminado. Às 05:00h da
manhã, Rommel, de pé no seu veículo de comando, atravessou as ruas de Tobruk em
meio às aclamações de seus soldados. Quatro horas depois, Rommel encontrou-se a
poucos quilômetros a oeste da cidade, com o General Klopper. Ambos os
comandantes saudaram-se cavalheirescamente, e trocaram opiniões sobre o
desenrolar da batalha. Finalmente, Rommel despediu-se do general sul-africano,
recomendando-lhe que tomasse a seu cargo a manutenção da ordem e a distribuição
de víveres entre as tropas capturadas. No dia seguinte, Rommel recebeu um
telegrama do QG do Fuhrer, no qual lhe comunicavam que, como prêmio por sua
vitória, Hitler lhe havia concedido o posto de marechal.
A 1ª Batalha de El Alamein
O 8º Exército havia sido novamente derrotado e recuava. Os
britânicos, que haviam começado com superioridade numérica em homens, tanques e
artilharia, acabaram sofrendo um desastre: haviam perdido mais de 700 tanques e
ainda o estratégico porto de Tobruk, onde a 2ª Divisão de Infantaria
sul-africana reforçada (mais de 33.000 homens) havia caído prisioneira. A porta
para o Egito estava aberta e parecia que os alemães em breve entrariam no Cairo
e em Alexandria (de onde a esquadra britânica foi evacuada).
Benito Mussolini, ditador italiano, viajou para a Líbia, levando
consigo um cavalo branco com o qual pretendia desfilar pelas ruas do Cairo, como
o novo Imperador do Egito. O Comandante-em-comandante britânico, General Sir
Claude Auchinleck, decidiu tomar pessoalmente o comando do desmoralizado 8º
Exército. Seu combalido exército recuou para Mersa Matruh, de onde, após uma
curta batalha, recuou novamente para uma linha de cristas a apenas 113
quilômetros de Alexandria, cujo ponto de referência era uma estação ferroviária
junto à costa: El Alamein.
De Norte a Sul, a linha tinha 60 quilômetros e era limitada, ao
Norte, pelo Mediterrâneo e, ao Sul, pelo intransponível pântano salgado chamado
"Depressão de Qattara". Auchinleck não tinha forças para manter uma linha
contínua e optou por pontos fortificados apoiados por forças móveis. General Sir
Claude Auchinleck
Rommel sentiu que havia uma chance de penetrar nessa linha e investir para o Norte, fazendo os defensores recuarem mais uma vez, abrindo caminho para Alexandria, o Cairo e os campos petrolíferos. Mas a situação então mudara muito.
Rommel sentiu que havia uma chance de penetrar nessa linha e investir para o Norte, fazendo os defensores recuarem mais uma vez, abrindo caminho para Alexandria, o Cairo e os campos petrolíferos. Mas a situação então mudara muito.
Ambos os contendores estavam esgotados, mas os britânicos estavam
agora muito mais perto de suas bases e recebiam reforços continuamente. Os
alemães, ao contrário, estavam a mais de 1.900 quilômetros de sua base em
Trípoli e só tinham um punhado de tanques e poucos milhares de esgotados
soldados.
Rommel atacou a 01 de julho de 1942, com a 90ª Divisão Ligeira pela estrada costeira e a 21ª Divisão Panzer pelo flanco do deserto. A 21ª acabou se pegando com a recém-chegada 18ª Brigada indiana em Deir el Shein, que defendeu-se tenazmente mas acabou aniquilada. Durante três dias o assalto alemão persistiu, mas sem conseguir nenhum resultado significativo. No dia 03 de julho, a 2ª Divisão neozelandesa realizou um ataque contra a divisão italiana Ariete que resultou na captura de 400 prisioneiros e de quase todos os seus canhões.
Rommel atacou a 01 de julho de 1942, com a 90ª Divisão Ligeira pela estrada costeira e a 21ª Divisão Panzer pelo flanco do deserto. A 21ª acabou se pegando com a recém-chegada 18ª Brigada indiana em Deir el Shein, que defendeu-se tenazmente mas acabou aniquilada. Durante três dias o assalto alemão persistiu, mas sem conseguir nenhum resultado significativo. No dia 03 de julho, a 2ª Divisão neozelandesa realizou um ataque contra a divisão italiana Ariete que resultou na captura de 400 prisioneiros e de quase todos os seus canhões.
Pouco depois, a 1ª Divisão Blindada britânica expulsou a 15ª
Divisão Panzer da crista de Ruweisat. A infantaria italiana começou a ocupar a
linha, permitindo a retirada, descanso e concentração do Afrika Korps, visando a
mais uma tentativa de ruptura da linha britânica. No dia 09/07/42, os
neozelandeses abandonaram Bab el Qattara e Rommel, erroneamente, interpretou
isso como o início de uma retirada e avançou com a 21ª Divisão Panzer e
elementos da recém-chegada Divisão
Blindada italiana Littorio.
Blindada italiana Littorio.
Porém, o recuo dos neozelandeses atendeu a necessidades táticas e
nada teve a ver com uma retirada. Muito pelo contrário. Já a 10 de julho de
1942, Auchinlek começou uma série de ataques contra a infantaria italiana. A 9ª
Divisão australiana destruiu a Divisão Sabratha e causou estragos à Trieste,
atraindo novamente os alemães para a batalha.
A 13/07/42, Rommel tenta novo ataque, facilmente detido pelos
sul-africanos. A 14 de julho de 1942, a 5ª Brigada Indiana acertou rude golpe na
Divisão Pavia, enquanto a 2ª Divisão Neozelandesa pegava a Brescia. Apesar do
estrago causado às duas divisões italianas, o 8º Regimento Panzer contra-atacou
furiosamente, desbaratou o ataque neozelandês e fez 1.200 prisioneiros,
retomando a Cota 63. A 17 de julho, os australianos novamente aplicaram dolorosa
surra nas divisões Trento e
Trieste, fazendo muitos prisioneiros. Pelo final do mês, Auchinleck continuava decidido a esfolar o Afrika Korps assim enfraquecido e, a 22 de julho de 1942, lançou a 23ª Brigada de Tanques, novinha em folha, equipada com o novo tanque Valentine.
Trieste, fazendo muitos prisioneiros. Pelo final do mês, Auchinleck continuava decidido a esfolar o Afrika Korps assim enfraquecido e, a 22 de julho de 1942, lançou a 23ª Brigada de Tanques, novinha em folha, equipada com o novo tanque Valentine.
Foi um massacre. Cerca de 140 tanques foram destruídos num ataque
marcado pela coragem (ou temeridade) dos seus tripulantes. Mas, enquanto os
britânicos podiam se dar ao luxo de sofrer tais baixas, o Eixo estava então
absolutamente sem reservas. Embora ainda houvesse combates nos dias
subseqüentes,
a 1ª Batalha de El Alamein estava praticamente encerrada. Rommel fracassara em penetrar até Alexandria e Auchinleck, embora conseguisse deter Rommel, falhara em destruir o desmazelado Afrika Korps.
a 1ª Batalha de El Alamein estava praticamente encerrada. Rommel fracassara em penetrar até Alexandria e Auchinleck, embora conseguisse deter Rommel, falhara em destruir o desmazelado Afrika Korps.
A chegada de Montgomery
O suicídio da 23ª Brigada foi a gota d'água para Winston
Churchill, Primeiro-Ministro britânico, que decidiu ser a hora de um novo
comandante assumir o 8º Exército. A 08/08/42, Auchinleck foi substituído pelo
General Harold Alexander como Comandante-em-comandante do teatro de operações e
pelo General Bernard Law Montgomery como comandante do 8º Exército (Auchinleck
então acumulava as duas funções). General Bernard L. Montgomery. Montgomery
imediatamente se empenhou em
melhorar o moral e criar um novo exército em torno de um Corps de Chasse potente em blindados (o 10º Corpo do veterano Major-General Herbert Lumsden, que recebeu três divisões blindadas 1ª, 8ª e 10ª). Montgomery também trouxe novos generais Brian Horrocks para o 13º Corpo e Sir Oliver Leese para o 30º, além de Frederick de Guingand como novo comandante de Estado-Maior do 8º Exército.
melhorar o moral e criar um novo exército em torno de um Corps de Chasse potente em blindados (o 10º Corpo do veterano Major-General Herbert Lumsden, que recebeu três divisões blindadas 1ª, 8ª e 10ª). Montgomery também trouxe novos generais Brian Horrocks para o 13º Corpo e Sir Oliver Leese para o 30º, além de Frederick de Guingand como novo comandante de Estado-Maior do 8º Exército.
Também mudara o QG do 8º Exército para perto do QG da Força Aérea
do Deserto, procurando com isso tornar mais íntimas as relações entre o Exército
e a Força Aérea. Emitiu ordens de proibição de novas retiradas. Visitou as
unidades, palestrando para o máximo de oficiais e praças que foi possível,
causando sempre boa impressão inclusive aos calejados comandantes australianos e
neozelandeses.
A Batalha de Alam Halfa
Tipicamente, Rommel decidiu experimentar o novo comandante
britânico sem demora, em uma última tentativa de atingir os campos petrolíferos
antes da chegada de mais reforços aliados. Pelo final de agosto, ele havia
concentrado 243 tanques italianos e 226 alemães (incluindo 27 dos novos Panzer
IVF2, chamado então pelos ingleses de "Panzer IV Especial", devido ao seu canhão
longo de 75 mm). Mas a sua situação de suprimentos continuava precária. As ações
realizadas a partir de Malta fizeram com que, em julho, apenas 6.000 toneladas
de suprimentos (de um mínimo de 30.000 toneladas que eram necessárias) chegassem
às suas tropas. O seu Exército vivia dos suprimentos capturados aos britânicos
nas batalhas precedentes e 85% de sua frota de caminhões era composta por
veículos capturados
ao inimigo.
ao inimigo.
PzKpfw IV Sd Kfz 161/1 Ausf. F2 ad 4ª Cia, 5ª
Reg., 21ª Divisão Panzer - Alam Halfa, Egito, Julho de 1942
No "outro lado da colina", o 8º Exército tinha então 767 tanques
de todos os tipos, ótimo apoio aéreo e fartura de combustível e de todo tipo de
suprimento. No dia 30 de agosto de 1942, ele subitamente atacou, no que seria chamado pelos alemães de "A Corrida dos Seis Dias", e dirigiu-se para a Crista de Alam Halfa, a Sudeste de El Alamein, com o 20º Corpo Motorizado italiano à esquerda e o Afrika Korps à direita. Desde o início, ataques aéreos e campos minados
impuseram atrasos e logo o Afrika Korps perdia dois generais: seu comandante, Tenente-General Walther Nehring, gravemente ferido por ataque aéreo, e o major-general G. von Bismarck, comandante da 21ª Divisão Panzer, morto por uma mina.
suprimento. No dia 30 de agosto de 1942, ele subitamente atacou, no que seria chamado pelos alemães de "A Corrida dos Seis Dias", e dirigiu-se para a Crista de Alam Halfa, a Sudeste de El Alamein, com o 20º Corpo Motorizado italiano à esquerda e o Afrika Korps à direita. Desde o início, ataques aéreos e campos minados
impuseram atrasos e logo o Afrika Korps perdia dois generais: seu comandante, Tenente-General Walther Nehring, gravemente ferido por ataque aéreo, e o major-general G. von Bismarck, comandante da 21ª Divisão Panzer, morto por uma mina.
Montgomery estava pronto para dar uma calorosa recepção aos
atacantes. Com o 30º Corpo à direita, o 13º Corpo à esquerda e a 7ª Divisão
Blindada (Os "Ratos do Deserto") no flanco do deserto, ele manteve a Crista de
Ruweisat e permitiu à sua ala esquerda recuar para posições previamente
preparadas voltadas para o Sul, das quais a chave era a crista de Alam Halfa.
Nela, a 44ª Divisão e a 22ª Brigada Blindada estavam entrincheiradas.
Porém, a escolha da 22ª foi infeliz, pois ela estava equipada com
tanques "Grant". Ora, o armamento principal do "Grant" ficava no seu costado e
não na torre, de modo que, mesmo em posição de casco enterrado, a maior parte do
tanque ficava exposta para que fosse possível utilizar o seu canhão de 75 mm.
Como resultado,
os tanques britânicos ficaram expostos e estáticos, o que explica as pesadas baixas que sofreram.
os tanques britânicos ficaram expostos e estáticos, o que explica as pesadas baixas que sofreram.
Tanque médio Grant em El Alamain em 1942
Contudo, eles, mais a artilharia e os canhões antitanque de 6
libras, fizeram o seu papel e contra eles Rommel atirou-se em vão no dia 31 de
agosto de 1942. Fez nova tentativa no dia seguinte usando apenas a 15ª Panzer,
mas com menos possibilidade ainda de êxito. Com seu combustível baixo, a 2 de
setembro ele retirou-se para as posições de partida.
Montgomery não contra-atacou, recusando-se a se deixar atrair
para um combate aberto que era a especialidade do Afrika Korps e não fez nenhuma
tentativa séria de perseguição, simplesmente reocupando suas posições originais.
Um tardio contra-ataque pelos neozelandeses, visando fechar a brecha por onde os
alemães procuravam recuar, foi rechaçado com pesadas baixas. Rommel havia
perdido 49 tanques, 2.940 homens, 55 canhões e 395 veículos para 68 tanques, 18
canhões
antitanque e 1.640 baixas aliadas.
antitanque e 1.640 baixas aliadas.
Rommel então se estabeleceu defensivamente diante de El Alamein,
reforçando sua posição, lançando novos campos minados e incluindo a 164ª Divisão
de Infantaria alemã, antes de partir para a Alemanha por problemas de saúde,
deixando o General Georg von Stumme, um veterano do front russo, no comando. Na
sua viagem de retorno à Alemanha, ele encontrou- se com Hitler e Mussolini,
tentando desesperadamente convencê-los da importância do teatro africano, da
necessidade de mais suprimentos e da ameaça de derrota iminente. Suas palavras
foram simplesmente ignoradas. Pelo meado de outubro, os alemães haviam
construído uma linha de 72 quilômetros, com duas linhas de campos minados (meio
milhão de minas foram instaladas, na maioria antitanque) e uma profundidade de 8
quilômetros. Esses campos foram convenientemente apelidados de "Jardins do
Diabo", contendo ainda muitas armadilhas.
A
infantaria do Afrika Korps pega uma carona com os panzers
As forças do Eixo estavam entrincheiradas ao longo de duas
linhas, chamadas pelos aliados de "Linha Oxalic" e "Linha Pierson". Na costa,
estavam a 90ª Divisão Ligeira e a 164ª Divisão de Infantaria, ambas alemãs. Ao
Sul, estava o 21º Corpo italiano, reforçado com batalhões de pára-quedistas
alemães. Mais ao Sul, estava o 10º Corpo italiano. Na retaguarda, mas perto da
frente devido à falta de combustível, estava a reserva blindada, as veteranas
15ª e 21ª Divisões Panzer e o 20º
Corpo Motorizado italiano (Divisões Blindadas Ariete e Littorio e a Motorizada Trieste), concentrados em dois grupos mistos. Para a próxima batalha, o "Panzerarmee Afrika" contava com 489 tanques, dos quais 278 eram italianos (mau armados e blindados) e apenas 30 eram Panzer IVF2 ("Especial").
Corpo Motorizado italiano (Divisões Blindadas Ariete e Littorio e a Motorizada Trieste), concentrados em dois grupos mistos. Para a próxima batalha, o "Panzerarmee Afrika" contava com 489 tanques, dos quais 278 eram italianos (mau armados e blindados) e apenas 30 eram Panzer IVF2 ("Especial").
Seu potencial humano totalizava 53.000 soldados alemães e 55.000
italianos. Ele possuía 522 canhões de campanha, mas apenas 24 dos temíveis
canhões AT de 88 mm (todos prejudicados pela escassez de munição) e, no ar, o
Eixo contava com 129 aviões alemães e 216 italianos, estes, na maioria,
obsoletos.
Operação Lightfoot
Montgomery agora estava pronto. À direita, o 30º Corpo, com 5
divisões de infantaria (9ª australiana, 51ª escocesa, 1ª sul-africana, 2ª
neozelandesa e 4ª indiana), se encarregaria do ataque principal. À esquerda, o
13º Corpo, com duas divisões de infantaria (44ª e 50ª) e uma Blindada (7ª),
faria o ataque diversivo. Na retaguarda esperava o 10º Corpo, com duas Divisões
Blindadas (1ª e 10ª), reforçadas com elementos da 8ª Divisão Blindada e da 44ª
Divisão de Infantaria. Ao todo, 220.000 soldados, 1.351 tanques (incluindo 285
dos novos Shermans, 246 Grants e 421 Crusaders), 1.400 canhões antitanque
(sendo 850 de 6 libras e 550 de 2 libras) e 884 canhões (sendo 52 canhões médios
e 832 de campanha).
O novo Sherman M4A1
A Força Aérea do Deserto (do Vice-Marechal do Ar Sir Arthur
Tedder) contava com 880 aparelhos modernos (inclusive unidades
norte-americanas), os quais haviam conseguido total supremacia aérea sobre o
campo de batalha. A superioridade material exigida por Montgomery havia sido
conseguida. Apesar disso, ele demonstrou
ansiedade a respeito da profundidade dos campos minados inimigos, observados durante um ataque de duas brigadas, executado a 30 de setembro de 1942.
ansiedade a respeito da profundidade dos campos minados inimigos, observados durante um ataque de duas brigadas, executado a 30 de setembro de 1942.
O plano de ataque de Montgomery, batizado "Operação Lightfoot*",
era um primor de batalha "arrumada": esperava-se abrir dois corredores através
dos campos minados do Eixo na extremidade Norte da linha, usando principalmente
a sua excelente infantaria como ponta-de-lança. Seus blindados então passariam
através desses corredores, ocupariam posições defensivas nas cristas do "Rim" e
de Miteiriya e derrotariam os blindados alemães quando eles atacassem.
Ataques subsidiários no Sul manteriam o restante das forças do
Eixo impedidas de mover-se para o Norte. Feito isso, a infantaria se
encarregaria de aniquilar as
guarnições italianas ao Norte e ao Sul da penetração. Montgomery planejava uma batalha em três estágios: penetração, "dogfight" e ruptura e perseguição ao inimigo.
guarnições italianas ao Norte e ao Sul da penetração. Montgomery planejava uma batalha em três estágios: penetração, "dogfight" e ruptura e perseguição ao inimigo.
A "Operação Lightfoot" foi deliberadamente marcada para "Tocha
menos 13" (13 dias antes da "Operação Tocha", a invasão da África do Norte por
americanos e britânicos), pois considerava-se que Rommel então estaria vencido e
distante e não poderia mais prejudicar de forma alguma aquela operação. A data
de 23/10/42 foi mantida apesar de todas as demandas de Churchill em antecipá-la.
Os britânicos efetuaram uma série de ações de dissimulação nos
meses que antecederam à batalha, na esperança de ludibriar o comando inimigo
quanto ao ponto e ao momento do ataque. Essas ações receberam o nome de
"Operação Bertram", que incluía a construção de um falso oleoduto mais ao Sul
(construção essa deliberadamente lenta, visando a persuadir o comando inimigo de
que o ataque ainda demoraria a acontecer), o uso de tanques falsos, camuflagem
de
tanques verdadeiros como caminhões, etc.
tanques verdadeiros como caminhões, etc.
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Soldados aliados contra-atacam os
alemães.
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As 7 divisões de infantaria e as 3 blindadas formavam um
formidável 8º Exército. Em seus efetivos estavam australianos, neozelandeses,
maoris, indianos, gregos e franceses, bem como britânicos. Diante deles estavam
4 divisões blindadas (duas alemãs e duas italianas), duas motorizadas (uma de
cada nacionalidade), 5 divisões de infantaria (4 delas italianas), uma divisão
pára-quedista italiana e uma brigada pára-quedista alemã.
O ataque começou às 21:40 h do dia 23 de outubro de 1942, com um
pesado bombardeio de artilharia (592 canhões, sendo 456 só na frente do 30º
Corpo) e o avanço dos grupos de engenharia (apoiados por tanques Scorpion,
equipados com correntes para detonar minas) para abrir passagens livres nos
campos minados.
Na primeira noite da batalha, a ofensiva no corredor Sul fez bom
progresso, embora os sul-africanos ainda não tivessem atingido a crista de
Miteirya ao amanhecer. Os neozelandeses, porém, capturaram-na, mas foram aí
detidos. Atrás deles, todavia, a 10ª Divisão Blindada hesitou em avançar, tendo
sido detida por mais campos minados. Mais ao Norte, os australianos e escoceses
fizeram menos progresso contra pesada resistência (os escoceses sofreram cerca
de 1.000 baixas só na primeira noite), sendo detidos a cerca de 5 quilômetros da
"Linha Pierson" e a 1ª Divisão Blindada acabou engarrafada entre os dois campos
minados. Os tanques assim parados eram excelente alvo para a artilharia inimiga.
As comunicações alemãs haviam sido feitas em pedaços pelo
bombardeio britânico e no QG do Panzerarmee Afrika o caos havia se instalado,
sem que ninguém pudesse descobrir o que estava acontecendo. Na manhã seguinte, o
comandante alemão, General Stumme, decidiu ir até a frente para se inteirar da
situação, mas seu carro se aproximou demais da primeira linha e foi alvejado
pelos australianos; na tentativa da fuga, morreu de ataque cardíaco. Em seu
lugar, o General Ritter von Thoma assumiu o comando, enquanto Rommel voava para
retornar à África, onde só chegou no dia seguinte.
Pelo meio da tarde do dia 24 de outubro de 1942, o corredor Norte foi
finalmente aberto num ataque conjunto da 1ª Blindada e da 51ª escocesa. Também
nesse dia os sul-africanos atingiram afinal seus objetivos, enquanto os
australianos terminavam algumas tarefas pendentes. À esquerda, porém, a 10ª
Blindada continuou detida com os neozelandeses em Miteirya.
Durante o dia, a Força Aérea do Deserto realizou mais de 1.100
surtidas, bombardeando campos de aviação, concentrações de tropas, posições de
artilharia e efetivamente impediu a aviação do Eixo de intervir na batalha.
Ao fim da tarde, as reservas blindadas do Eixo finalmente deram o
ar da graça, aproveitando-se do efeito ofuscante causado pelo sol poente sobre
os olhos dos tripulantes ingleses. A 15ª Divisão Panzer e a Littorio partiram
para o ataque com cerca de 100 tanques. Foi o batismo de fogo do "Sherman", que
revelou-se um adversário poderoso e inesperado: os atacantes recuaram deixando
mais de 20 tanques ardendo no deserto.
O fracasso da 10ª Blindada provocou uma crise no comando inglês,
onde Montgomery ameaçou Lumsden e Gatehouse (comandante da divisão) de demissão
se não cumprissem o estabelecido no plano. Mas, naquela noite, o avanço da
divisão foi prejudicado por mais campos minados e um ataque aéreo inimigo, que
incendiou vários caminhões de combustível, o que transformou a noite em dia e os
tanques concentrados passaram a ser um alvo fácil. O comandante da 8ª Brigada
Blindada pediu para se recuar, mas Montgomery convocou Lumsden e Leese naquela
mesma noite e disse a eles simplesmente que a divisão podia atravessar e
atravessaria!
Não haveria mais nenhuma discussão. O ataque prosseguiu, tendo a
brigada sofrido pesadas baixas. Contudo, a 24ª Brigada, à sua direita, não
tivera os mesmos problemas e atravessara conforme o planejado, enquanto a 9ª
Brigada, à esquerda, apoiando os neozelandeses, conseguira alargar a penetração.
Com isso, a primeira fase do plano havia sido concluída, embora com 24 horas de
atraso.
Ao chegar, Rommel encontrou a operação aliada fazendo pouco
progresso no Norte e paralisada no Sul, onde as divisões 44ª e 7ª Blindada
haviam sido rechaçadas e suspenderam seus ataques. Ele decidiu que a única coisa
a fazer era contra-atacar e expulsar os britânicos das posições conquistadas.
Falar é uma coisa, fazer é outra. Os contra-ataques alemães
prosseguiam, sem qualquer resultado além o de sofrer mais baixas. Ao fim do dia,
a 15ª Divisão Panzer estava reduzida a 31 tanques (embora muitos tanques
danificados fossem logo recuperados). Montgomery decidiu então concentrar-se no
ombro Norte, onde a 9ª
australiana mudaria seu eixo de ataque naquela noite para Noroeste, em direção à costa. O ataque pegou os alemães completamente de surpresa, pois os australianos subiram a Cota 29 montados em Bren Carriers e assaltaram a posição à baioneta calada, num feroz combate corpo-acorpo, matando 300 e fazendo mais de 200 prisioneiros.
australiana mudaria seu eixo de ataque naquela noite para Noroeste, em direção à costa. O ataque pegou os alemães completamente de surpresa, pois os australianos subiram a Cota 29 montados em Bren Carriers e assaltaram a posição à baioneta calada, num feroz combate corpo-acorpo, matando 300 e fazendo mais de 200 prisioneiros.
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Tenente da 15ª Divisão Panzer em 1942. Ele tem em seu bolso esquerdo uma Cruz de
Ferro de 2ª Classe, e abaixo dela uma medalha de prata por
participar de um ataque com panzers. Foram feitos uniformes de
acordo com o clima para o Afrika Korps, que tiveram que ter um
ajuste perfeito, principalmente o calçado, para combater a queda
severa da temperatura à noite durante os meses de inverno. Foram
feitas outras mudanças, como no tecido que era usado: mais duro que
o de couro (que também era usado no deserto) e menos suscetível ao
calor. Também foram emitidas garrafas de água maiores e óculos
contra o sol que eram usado pelo exército e unidades da Luftwaffe.
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À sua esquerda, a 51ª escocesa e a 1ª Blindada procuraram avançar
na direção do "Rim", mas não tiveram qualquer êxito, enquanto neozelandeses e
sul-africanos faziam progressos limitados destinados apenas a melhorar as suas
posições. Montgomery sentiu que a ofensiva estava perdendo impulso e então
decidiu reagrupar-se. Era óbvio que os alemães não se imolariam indefinidamente
contra a sua cortina blindada, bem como agora eram eles que estavam montando a
sua própria cortina de minas, tanques e canhões, impedindo que a penetração se
transformasse numa ruptura.
Além disso, as baixas na infantaria já chegavam às 6.000 e
era
preciso poupar neozelandeses e sul-africanos, que tinham escassez de
reposições.
A 26 de outubro de 1942, ele ordenou uma pausa para reajustar seu
dispositivo. A divisão
neozelandesa e a 1ª Blindada sairiam de linha para descanso e a 7ª
Blindada
seria transferida do Sul. Nesse mesmo dia, novos ataques pela 15ª Panzer
e Littorio foram mais uma vez rechaçados com pesadas baixas, o que fez
Rommel se
decidir por trazer a 21ª Panzer, a 90ª Ligeira e a Ariete para a
batalha. Essa
decisão foi verdadeiramente crítica, pois não havia gasolina suficiente
para
elas retornarem para o Sul se houvesse necessidade disso.
Durante a noite de 26 para 27, a 1ª Blindada conquistou a Crista
de Kidney ("Rim"), onde a sua infantaria se estabeleceu com canhões antitanque,
enquanto os tanques se preparavam para explorar a brecha. Porém, o amanhecer
revelou que eles estavam diante de concentrações de tanques italianos e alemães.
Era o reagrupamento ordenado por Rommel. Logo, o veterano Afrika Korps e o 20º
Corpo Motorizado italiano iniciaram o grande contra-ataque com todos os seus
blindados
contra a Crista do "Rim".
contra a Crista do "Rim".
A batalha que se seguiu foi particularmente furiosa. Só a 133ª
Brigada de Infantaria britânica destruiu 37 blindados inimigos, o que valeu ao
comandante da brigada uma "Victoria Cross". Os alemães nada conseguiram, além de
impedir os aliados de avançar mais. No dia 28, a 1ª Divisão Blindada saiu de
linha e a 24ª Brigada (originalmente pertencente à 8ª Divisão Blindada) foi
dissolvida para prover reposições para as demais. Nessa mesma noite, os
australianos retomaram o avanço para o Norte, em parte para tentar cercar os
alemães no saliente junto à costa, em parte para atrair a atenção do inimigo,
enquanto o reagrupamento se efetuava.
O ataque australiano foi novamente bem-sucedido, o que fez com
que Rommel concluísse ser ali que Montgomery efetuaria o ataque principal de
ruptura da linha. Tendo isso em mente, deslocou a 90ª Ligeira para a costa,
enquanto ordenava novos contra-ataques pela 21ª Panzer contra o saliente
australiano. Apesar de tudo isso, pelo dia 29 a linha do Eixo ainda estava
miraculosamente indene, embora lhe restassem então apenas 81 tanques. Na
Inglaterra, Churchill cabografava ansiosamente em busca de novidades, agora que
a "Tocha" era iminente. A notícia de que algumas unidades haviam sido retiradas
de linha causou estupor,
pois dava a impressão de que o ataque fracassara.
pois dava a impressão de que o ataque fracassara.
O comandante do estado-maior Imperial, General Sir Alan Brooke,
teve que tentar tranqüilizar o Gabinete Britânico, declarando que Montgomery
venceria, por mais que demorasse (embora no mesmo dia ele registrasse no seu
diário o receio de "Monty" ser derrotado). Enquanto isso, a situação do
Panzerarmee piorava a cada dia, com o afundamento de mais um petroleiro ao largo
de Tobruk.
Os movimentos alemães rumo ao Norte foram identificados pelos
ingleses, o que fez com que concluíssem não haver mais alemães ao Sul. Monty
então mudou seus planos para a nova ofensiva, mudando a direção do esforço
principal mais para o Sul, na junção entre os alemães e italianos. A mudança
acarretou em mais um dia
de atraso, o que fez com que ele ordenasse aos australianos que atacassem de novo, o que fizeram com sucesso, apesar de estarem dizimados e esgotados (ao fim da batalha, um dos seus batalhões estava reduzido a apenas 1 oficial e 84 soldados).
de atraso, o que fez com que ele ordenasse aos australianos que atacassem de novo, o que fizeram com sucesso, apesar de estarem dizimados e esgotados (ao fim da batalha, um dos seus batalhões estava reduzido a apenas 1 oficial e 84 soldados).
Na noite de 30-31 de outubro de 1942, os australianos capturaram
o Posto Thompson, praticamente cercando dois batalhões alemães. Mais uma vez,
Rommel ordenou um contra-ataque pela 90ª Ligeira e 21ª Panzer contra o saliente
australiano, buscando socorrer as unidades que haviam sido cercadas. Após
pesadas baixas para ambos os lados, os batalhões alemães cercados foram
resgatados.
Operação Supercharge
A nova ofensiva aliada deu-se próximo à costa, visando
inicialmente capturar a Trilha de Rahman e então tomar o terreno elevado de Tel
el Aqqaqir. O plano previa uma ruptura pelo 30º Corpo, permitindo ao 10º Corpo
atacar para o Noroeste para atrair e derrotar os Panzers de Rommel. A
ponta-de-lança seria a 2ª Divisão neozelandesa, reforçada por uma brigada da 50ª
e outra da 51ª, além da 9ª Brigada Blindada. O ataque começou à 1:05 h de
02/11/42, com o apoio de Valentines
da 23ª Brigada, e se abateu sobre o 200º Regimento de Infantaria e a 15ª Divisão Panzer, rompendo ambas as posições (de fato, temos aqui um equívoco do planejamento, pois o objetivo era atacar os italianos). Por volta das 5:30 h, o comandante da operação, o General neozelandês Freyberg, anunciou a conquista dos objetivos previstos, lançando então a 9ª Brigada Blindada diretamente contra Tell el Aqqaqir.
da 23ª Brigada, e se abateu sobre o 200º Regimento de Infantaria e a 15ª Divisão Panzer, rompendo ambas as posições (de fato, temos aqui um equívoco do planejamento, pois o objetivo era atacar os italianos). Por volta das 5:30 h, o comandante da operação, o General neozelandês Freyberg, anunciou a conquista dos objetivos previstos, lançando então a 9ª Brigada Blindada diretamente contra Tell el Aqqaqir.
A Brigada estava anexada à 2ª Divisão Neozelandesa desde o início
da batalha, mas estava descansada e reequipada, contando então 121 tanques
(entre Shermans, Grants e Crusaders). Ela recebeu ordens de tomar Tell el
Aqqaqir a qualquer preço (aceitava-se 100% de baixas!). No processo, a brigada
perdeu 87 tanques, mas conseguiu romper a linha de Rahman, destruindo 35 canhões
AT alemães. A 1ª Divisão Blindada veio atrás procurando explorar a brecha criada
com tanto sacrifício pela 9ª Brigada, mas o costumeiro contra-ataque inimigo não
tardou, utilizando as últimas reservas das depauperadas divisões Panzer,
conseguindo conter a penetração britânica mais uma vez, no maior combate tanque
x tanque de toda a batalha. Porém, as divisões italianas Littorio e Trieste já
estavam em processo de desintegração, com partes delas já debandando para o
Oeste. Apesar de ter conseguido deter o avanço britânico, Rommel, que estava
quase sem combustível,
sabia que permanecer onde estava só poderia resultar no aniquilamento do Afrika Korps.
sabia que permanecer onde estava só poderia resultar no aniquilamento do Afrika Korps.
Ele então decidiu recuar, mas uma ordem de Hitler chegada no dia
3 o exortou a resistir até a "Vitória ou a Morte". A retirada foi
temporariamente cancelada e as unidades que já haviam desengajado tiveram que
voltar para a linha de frente (nesse dia, Rommel tinha apenas 35 tanques
operacionais), o que serviu apenas para aumentar o desgaste do Afrika Korps.
No dia 03 de novembro de 1942, a 51ª Divisão iniciou um ataque de
exploração para Sudoeste do novo saliente e fez um avanço surpreendente, sem
perdas e capturando 150 prisioneiros. Era o primeiro sinal da derrota do
Panzerarmee.
A linha do Eixo estava entrando em colapso, com três grandes
grupos de forças separados entre si: um grupo, no Passo de Fuka, constituído por
elementos da 90ª Ligeira e alguns italianos, mantinham uma posição de retaguarda, para proteger a retirada que não houve; na frente original, milhares de soldados italianos estavam sem transporte e sem ordens, enquanto os restos da 164ª Divisão e da Brigada pára-quedista Ramcke tentavam recuar para unir-se ao Afrika Korps; a Oeste da trilha de Rahman, o que restara do Afrika Korps e da Ariete esperavam estoicamente o assalto final dos britânicos, certos de que seriam
esmagados. Mas os britânicos não vieram, em parte devido às perdas sofridas, em parte pela necessidade de reorganização das unidades e das linhas de abastecimento, após dez dias de combate ininterrupto.
elementos da 90ª Ligeira e alguns italianos, mantinham uma posição de retaguarda, para proteger a retirada que não houve; na frente original, milhares de soldados italianos estavam sem transporte e sem ordens, enquanto os restos da 164ª Divisão e da Brigada pára-quedista Ramcke tentavam recuar para unir-se ao Afrika Korps; a Oeste da trilha de Rahman, o que restara do Afrika Korps e da Ariete esperavam estoicamente o assalto final dos britânicos, certos de que seriam
esmagados. Mas os britânicos não vieram, em parte devido às perdas sofridas, em parte pela necessidade de reorganização das unidades e das linhas de abastecimento, após dez dias de combate ininterrupto.
Porém, na manhã do dia 4, a 51ª Divisão, reforçada por uma
brigada da 4ª Divisão Indiana, conseguiu romper a linha de Rahman. Os tanques do
10º Corpo, agora englobando as 1ª, 7ª e 10ª Divisões Blindadas, romperam a
frente do 21º Corpo italiano e travaram violento combate com os remanescentes da
Ariete, virtualmente cercando e eliminando essa divisão. O Afrika Korps, que
havia recuado para Tell el Mampsra, também não resistiu à investida dos tanques
inimigos e uma brecha foi aberta. Por fim, Rommel ordenou a retirada geral às
15:30 h do mesmo dia (ironicamente, Hitler autorizou a retirada na manhã
seguinte). A Rommel restavam então cerca de 40 tanques, todos em péssimas
condições, cerca de 1.000 soldados de infantaria e pouco mais de 20 canhões
(nenhum 88 mm). No dia 5, a 21ª Divisão
Panzer foi forçada, por falta de combustível, a travar combate com a 7ª Divisão Blindada britânica, perdendo todos os canhões e 26 dos 30 tanques que lhe restavam.
Panzer foi forçada, por falta de combustível, a travar combate com a 7ª Divisão Blindada britânica, perdendo todos os canhões e 26 dos 30 tanques que lhe restavam.
Pelo dia 6, todas as forças do Eixo estavam em franca retirada,
embora milhares de italianos houvessem sido abandonados sem transporte no
deserto e caíram prisioneiros (mais de 30.000 soldados, dois terços deles
italianos, acabaram prisioneiros - assim como nove generais, incluindo o General
von Thoma, comandante do Afrika Korps). No dia 7, blindados britânicos
executaram uma grande operação de cerco sobre Mersa Matruh, mas acabaram
fechando um bolsão vazio:
os alemães já haviam se retirado. Nesse dia, para ajudar os fugitivos, caiu um aguaceiro que prejudicou mais ainda a já confusa perseguição. Na estrada asfaltada, os retirantes podiam se retirar normalmente, enquanto os tanques ingleses atolavam nas areias transformadas em pântanos. No dia 08 novembro de 1942, foi lançada a "Operação Tocha", ocupando rapidamente o Marrocos e Argélia. Rommel é avisado, percebe imediatamente que a África está perdida e começa a solicitar a evacuação de seu exército. Combatendo ferozes ações de retaguarda usando a 90ª Divisão Ligeira, Rommel foi levado a recuar sob pressão através de Tobruk a 13 de novembro e por Msus no dia 17 do mesmo mês. Os britânicos entraram em Bengazi a 20 novembro de 1942 e Montgomery deteve-se para uma pausa diante de El Agheila, onde Rommel fez uma parada em sua retirada. A 11 de dezembro de 1942, Rommel reiniciou a marcha para Oeste, evitando assim um ataque de Montgomery, que bombardeou posições vazias no dia 13. Os britânicos entraram em Trípoli, no dia 23 de janeiro de 1943, enquanto Rommel entrava na Tunísia e tomava posição na Linha Mareth. A Campanha do Deserto Ocidental estava encerrada; começava a Campanha da Tunísia.
os alemães já haviam se retirado. Nesse dia, para ajudar os fugitivos, caiu um aguaceiro que prejudicou mais ainda a já confusa perseguição. Na estrada asfaltada, os retirantes podiam se retirar normalmente, enquanto os tanques ingleses atolavam nas areias transformadas em pântanos. No dia 08 novembro de 1942, foi lançada a "Operação Tocha", ocupando rapidamente o Marrocos e Argélia. Rommel é avisado, percebe imediatamente que a África está perdida e começa a solicitar a evacuação de seu exército. Combatendo ferozes ações de retaguarda usando a 90ª Divisão Ligeira, Rommel foi levado a recuar sob pressão através de Tobruk a 13 de novembro e por Msus no dia 17 do mesmo mês. Os britânicos entraram em Bengazi a 20 novembro de 1942 e Montgomery deteve-se para uma pausa diante de El Agheila, onde Rommel fez uma parada em sua retirada. A 11 de dezembro de 1942, Rommel reiniciou a marcha para Oeste, evitando assim um ataque de Montgomery, que bombardeou posições vazias no dia 13. Os britânicos entraram em Trípoli, no dia 23 de janeiro de 1943, enquanto Rommel entrava na Tunísia e tomava posição na Linha Mareth. A Campanha do Deserto Ocidental estava encerrada; começava a Campanha da Tunísia.
Tunísia
Em 8 de novembro de 1942 uma força
anglo-americana desembarcou na África do Norte, na chamada Operação Tocha. Diante
disto, Hitler e Mussolini decidiram aumentar as suas forças na África e
imediatamente reforçaram Tunis e criaram o 5º Exército Panzer, sob o comando
do Coronel General von Arnim, que não tinha a simpatia de Rommel. Chegado
a Túnis em meados de dezembro, Arnim só encontra no local três divisões: a
Divisão Broigh, esfacelada, a 10a Panzer e a divisão italiana
Superga. Duas outras chegam em janeiro: a 334a DI alemã e a divisão
italiana Imperiali; depois, em março,
vem a divisão Hermann Goering. As unidades estavam desfalcadíssimas, os batalhões
alemães não iam além de 400 homens, as divisões italianas contavam com seis
batalhões apenas e, incluindo os não-combatentes, o efetivo do 5o
Exército não ultrapassava 76.000 alemães e 27.000 italianos.
Mas o reforço veio tarde
demais e diante da forte pressão de Montgomery o Afrika Korps foi forçado a
realizar uma retirada de 3.600 km, até Túnis, sem ser jamais isolado pêlos perseguidores, agora em grande superioridade.
Pressionados pelo Leste e Oeste o AK só caiu numa armadilha quando ficou com o
mar, dominado pelos aliados, às suas costas.
A
16 de fevereiro de 1943, abandonando o último farrapo do novo Império Romano, as
retaguardas alemães e italianas, a Leste (AK) e Oeste (5º Panzer) se retiram,
e formam atrás da linha de Mareth. Rommel traz de volta 129 tanques, cuja
metade é rebocada. Reconduz, reduzidas de dois terços, as imortais divisões
do Afrika Korps, a 15a Panzer, a 21a Panzer e a 90a
Ligeira, assim como a 164a, que se reunira ao exército na véspera
de El Alamein, e cinco pequenas divisões italianas procedentes da guarnição
de Trípoli. 30.000 alemães e 48.000 italianos vem reforçar a cabeça-de-ponte
do Eixo na Tunísia.
Mas
essas tropas tem no seu encalço a Leste o 8o Exército britânico de
Montgomery, com sua extraordinária
mescla de ingleses, escoceses, australianos, neozelandeses, sul-africanos,
canadenses, indianos, malaios, gurkhas, maoris, canaques, somalis, senegaleses e
franceses. A vanguarda é formada pelo corpo de exército do General Freyber, ao
qual se unira a Coluna Leclerc, proveniente do Chade, através do Saara. As
colunas cerradas encontram-se ainda ao redor de Trípoli e de Bengási, não
dispondo de meios para entrar em ação - tem que esperar várias semanas para
atacar a linha de Mareth.
A
Oeste os aliados tinham o 1o Exército britânico, possuindo até então
apenas um corpo de duas divisões, o 19o Corpo francês, com
suas três divisões, e o 2o Corpo dos EUA, que apesar de ter
desembarcado oito divisões, os americanos só tem formadas a 1a
Blindada e a 1a de Infantaria.
As
forças do Eixo que agora ocupavam o arco de posições elevadas que cobriam Túnis
e Bizerta foram reunidas num comando único às ordens do general von Arnim. O
fim do Afrika Korps, como unidade combatente separada, foi simbolizado por sua
incorporação às outras forças que se encontravam na Tunísia, e pela partida
de Rommel da África. A longa luta pelo domínio do deserto ocidental, durante a
qual Rommel mostrara suas notáveis qualidades de comando, era coisa do passado,
e suas forças fundiram-se com as de von Arnim para defender o baluarte
montanhoso que era seu último ponto de apoio na África.
10ª Divisão Panzer do Grupo de Exército Afrika em Tebourba, Tunísia, verão de
1943
Sua cobertura aérea é formada por aviões Stuka Ju87D e Fw 190A
Cercado na Tunísia pelo avanço convergente das tropas
norte-americanas de Eisenhower e britânicas de Montgomery, o Afrika Korp, como
todas as forças alemães, é obrigado a
capitular. Com
a proibição de Hitler de realizar uma retirada de suas tropas da África do
Norte, o Eixo sofre um desastre comparável á destruição do 6o Exército
diante de Stalingrado.
Em toda a campanha da Tunísia, segundo o secretário Stimson, os aliados capturaram 266.600 homens, mataram 30.000 e feriram
gravemente 26.400. Suas perdas não ultrapassaram a 70.000 homens. Durante os três
anos de guerra na África, que agora terminara vitoriosamente, as perdas do
Eixo, segundo Churchill, foram de 950.000 mortos e capturados além da destruição
de 8.000 aviões, 6.200 canhões e 2.550 tanques.
Em maio de 1943, na Tunísia todo o "Grupo de Exércitos África" (mais de 250.000
homens) tornou-se prisioneiro de guerra,
incluindo os sobreviventes do Afrika Korps.
incluindo os sobreviventes do Afrika Korps.
O que o AK tinha conseguido?
Primeiro, uma reputação inigualável. Levada a efeito extraordinário pelo comando de Rommel (cujo nome e prestígio, são afinal de contas, sinônimos do Afrika Korps), esta formação única. em tempo relativamente curto, adquiriu a imagem temível que a ajudou a vencer batalhas contra forças muito mais poderosas. Ela conquistou o respeito dos seus adversários com uma atitude, habilidade e bravura que superaram tudo quanto se viu em qualquer campo de batalha da Segunda Guerra Mundial. Não houve nenhuma onda de atrocidades premeditadas no deserto, e Rommel e o AK foram iguais aos seus adversários no trabalho de não permitir o seu aparecimento.
Primeiro, uma reputação inigualável. Levada a efeito extraordinário pelo comando de Rommel (cujo nome e prestígio, são afinal de contas, sinônimos do Afrika Korps), esta formação única. em tempo relativamente curto, adquiriu a imagem temível que a ajudou a vencer batalhas contra forças muito mais poderosas. Ela conquistou o respeito dos seus adversários com uma atitude, habilidade e bravura que superaram tudo quanto se viu em qualquer campo de batalha da Segunda Guerra Mundial. Não houve nenhuma onda de atrocidades premeditadas no deserto, e Rommel e o AK foram iguais aos seus adversários no trabalho de não permitir o seu aparecimento.
Em técnica e equipamento, o exército alemão
na África manteve-se sempre em vantagem, em muitos aspectos, até o fim, e
o fez através de improvisações as mais espantosas. Por esta razão, ele
forçou as forças
anglo-americanas a adaptar-se àquilo que seria comum até o fim da
guerra. O 8º Exército chegou mesmo a adotar uma das canções favoritas do
AK, "Lili
Marlene", e a cantava em competição. Nestas condições, o balanço da
guerra no deserto é altamente favorável ao AK.as dramáticas vitórias
obtidas
por aquela corporação são obras-primas, comparadas a tudo aquilo que as
forças armadas germânicas fizeram de 1939 a meados de 1942. Depois
disto, porém, as realizações do AK no Deserto Ocidental não aproveitaram
às ambições nazistas, porque, pelas implicações políticas e de
propaganda, elas acabaram por desviar a grande estratégia do Eixo do
rumo estabelecido.Segundo
Hitler, muito mais útil teria sido não ser forçado a ajudar o seu
vacilante aliado.
Por esse motivo, o AK era visto apenas como um sustentáculo político de
uma organização que mal e mal se sustinha nas pernas. A menos que a
Alemanha estivesse preparada para transformar a África do Norte em
importante teatro de guerra, tomando a costa desde Casablanca até Port
Said, ao mesmo tempo que subjugava Malta, nenhuma força terrestre de
tamanho considerável poderia operar na outra extremidade, porque lhe
faltariam recursos para tal. Que
Hitler poderia ter conseguido conquista de tal envergadura, em 1941 (em
lugar de invadir a Rússia), não pode haver dúvida _ particularmente
quando se leva em conta a escala do desempenho de último minuto na
Tunísia. Se ele poderia tê-la mantido, é outra
coisa.
Mas Hitler, como Napoleão, sempre se
assustava com a visão e o ruído do mar, e o Mediterrâneo o intrigava,
assim como o Canal da
Mancha. E, assim, o AK o arrastou relutante cada vez mais para o
interior do continente africano e, pela própria expressão do êxito
consignado, assinou a própria sentença de morte, tornando-se também
fator importante na formação da estratégia do Eixo e
britânica. A conjetura muitas vezes não passa de inútil passatempo, mas
façamos isto apenas por instantes. Vamos supor que o AK tivesse no
comando não um homem como Rommel, avesso ao convencional e agressivo por
vocação, e se mantivesse na defensiva desde o começo, como
queria Halder e como era praticado por Wavell na Cirenaica. Com os
acontecimentos calamitosos na Grécia, as comoções no Oriente Médio e,
depois, com a invasão alemã da Rússia, teriam os britânicos lançado seus
esforços para oeste,
para Tripoli, ou, como é mais provável, procurado meios de ajudar
diretamente a Rússia, pêlos Balcãs, que Churchill chamou o "ventre mole
da Europa"?
Panzer PzKpfw VI Tiger
A julgar pelo entusiasmo com que a
Grã-Bretanha acorreu a Grécia e pela necessidade vital de garantir os
campos
petrolíferos do Oriente Médio, podemos ignorar um poderoso movimento
para o oeste antes de
1943. Em seguida, suponhamos que, mais para fins de 1941, Rommel tivesse
tomado a ofensiva e fracassado, sem provocar muito júbilo da parte dos
britânicos. Não teriam os britânicos
adotado um ponto de vista mais otimista sobre o Oriente Médio e
conservado sua reserva central para uso alhures? Não é possível que
o AK tenha funcionado como um imã totalmente desproporcional ao seu
tamanho, e
atraído recursos extravagantes da Grã-Bretanha para uma campanha que se
transformou numa batalha de prestígios e de
inteligências? Lembremo-nos de alguns outros grupos que, no passado, por
recusarem o convencional repetidamente venceram exércitos mais
poderosos que eles. Pensemos cm Davi, nos gregos e espartanos, nos
arqueiros ingleses na França, nas pequeninas carroças móveis de campanha
dos hussitas de João Zizka, em vários exércitos revolucionários em
inferioridade numérica, desde o de Washington até o de
Garibaldi _ até, na atualidade, o dos israelenses no Sinai. Finalmente,
seja lembrado como desaparecem esses catalisadores uma vez diminuída sua
força e tornados convencionais.Mas, em última análise, é a qualidade
dos homens _ e sobretudo a do homem que está na cúpula — a mais
importante. Neste aspecto, o AK foi feliz em
ter Rommel como
líder, e na maneira como ele neutralizou seus adversários por quase dois
anos. A medida da realização do AK é que, mesmo quando enfrentando
guerreiros resolutos e valentes como eles próprios, seus homens lutaram
brava e limpamente até o amargo fim.
PRINCIPAIS UNIDADES DO AFRIKA KORPS
|
UNIDADE
|
COMANDANTE
|
REGIMENTO
E BATALHÕES
|
SÍMBOLO
|
15ª Divisão Panzer
|
General Von Vaerst
|
8º Regimento
Panzer
104º Regimento Schuetzen 115º Regimento Schuetzen 15º Batalhão Kradschuetzen 33º Regimento de Artilharia 33º Aufklaerungs Abteilung 33º Panzerjaeger Abteilung 33º Batalhão Pionier 78º Nachrichten Abteilung |
|
21ª Divisão Panzer
|
General Von Randow
|
5º Regimento
Panzer
104º Regimento Schuetzen I Batalhão Schuetzen I II Batalhão Schuetzen 20º Batalhão Kradschuetzen 155º Regimento de Artilharia 3º Aufklaerungs Abteilung 39º Panzerjaeger Abteilung 200º Batalhão Pionier |
|
90ª Divisão Ligeira
|
Ten.General Graf Von
Sponek
|
155º
Regimento de Infantaria Motorizada.
200º Regimento de Infantaria Motorizada. 361º Regiemnto Panzergrenadieren 288ª Sonderverband |
|
164ª Divisão Ligeira
|
Oberst Lungershausen
|
125º
Regimento Panzer-Grenadier
382º Regimento Panzer-Grenadier 433º Regimento Panzer-Grenadier 220º Regimento de Artilharia 220º Panzer-Jäger-Abteilung 220º Aufklärungs-Abteilung 220º Batalhão Pionier 220º Nachrichten-Abteilung |
|
Brigada Pára-quedista Ramcke
|
Major General Ramcke
|
Batalhão
Kroh
Batalhão Huebner Batalhão Burkhardt Batalhão von der Heydte Batalhão de Artilharia Regimento de Artilharia Companhia Anti-tanque Companhia de Sinaleiros Companhia Pioneer |
|
A RAPOSA DO DESERTO
Rommel
nasceu na cidade de Heidenheim, na Alemanha, em 1891. Seu pai era matemático,
e, ao contrário de muitos Generais, Rommel não pertencia a classe de
Aristocratas Prussianos, nem era membro do Estado Maior, coisas que
facilitavam a ascensão na carreira militar, embora sua mãe tivesse descendência
de família nobre.
Primeira
Guerra Mundial
Na
Primeira Guerra Mundial, Rommel demonstrou-se um exímio soldado, fazendo
excelentes campanhas na França e na Itália, sendo ferido em combate muitas
vezes.
Sua
maior façanha foi na Itália, depois de seu batalhão ter sido transferido a
fim de ajudar os austríacos na ofensiva de outono no Isonzo. Rommel capturou
a posição-chave italiana no monte Matajur, transformando a batalha de
Carporetto em um desastre para os italianos, capturando 250.000 prisioneiros.
Por isso, Rommel recebeu a Pour le Mérite, a mais alta condecoração,
normalmente reservada aos generais mais graduados.
Período
entre Guerras
Retornando
à Alemanha, Rommel viu um país em desordem. A monarquia deu lugar a República
de Weimar, e nas ruas, comunistas e outros grupos faziam manifestações.
Ex-soldados veteranos começavam a se organizar em grupos para enfrentar os
comunistas. A Revolução Russa ameaçava avançar rumo ao ocidente.
O
fim da guerra em nada lhe interrompeu a carreira militar. Durante os anos de
1918 e 1920 exerceu vários postos, e em 1921, foi transferido para Stuttgart
e assumiu o comando de uma companhia do 13o. Regimento de Infantaria, posto
que exerceu durante oito anos, sendo um dos 4.000 oficiais regulares
permitidos pelo Tratado de Versalhes. Nos anos entre guerras, dominou em
profundidade os procedimentos de treinamento e administração do Exército.
Subiu de posto, assumindo responsabilidades crescentes e desempenhando-as com
eficiência. Colegas comentavam sua inabalável dedicação e proficiência em
todos os assuntos militares.
Durante
os anos de 1925 até 1929, escreveu um livro intitulado "Ataques de
Infantaria", um relato de sua experiência e observações pessoais. A
publicação da obra, com 400.000 exemplares vendidos na Alemanha antes e
durante a Segunda Guerra Mundial, valeu-lhe destaque nos círculos militares e
atraiu a atenção favorável de Adolf Hitler.
Até
1938 Rommel assumiu vários cargos, até que passou a comandar o batalhão de
segurança pessoal de Hitler. Acompanhou o Führer aos Sudetos, na
Tcheco-Eslováquia e a Praga.
Rommel
e Hitler
Embora
desinteressado da política, Rommel admirava o Führer. A denúncia anterior
feita por Hitler ao Tratado de Versalhes transformara em entusiasmo a morna
aprovação que o Exército tinha por ele. A restauração da Alemanha em uma
situação de poder e prestígio no mundo mantiveram e ampliaram a confiança
e a aprovação. Embora figurasse entre os que acreditavam no próprio Hitler,
Rommel alimentava sérias reservas a respeito dos nazistas que o cercavam.
Por
sua parte, Hitler gostava de Rommel não só por sua eficiência e atenção
ao dever, mas também porque ele quase nada tinha do tipo aristocrático, que
o deixava contrafeito. Sabedor da história de Rommel na Primeira Guerra
Mundial e de seu desejo de voltar à luta, perguntou-lhe que posto queria.
Tendo observado a BlitzKrieg em ação na Polônia, Rommel pediu uma divisão
blindada. Hitler concordou.
Início
da Segunda Guerra Mundial - Conquista da França
No
dia 15 de fevereiro de 1940, à idade de 48 anos, Rommel assumiu o comando da
7a. Divisão Panzer, estacionada em Godesberg, no Reno. Sempre preocupado com
a questão da mobilidade, ficou deliciado com a maior velocidade e raio de ação
dos tanques. Ao terminar com um estrondo a "Guerra de Mentirinha" no
oeste no dia 10 de maio de 1940, sua unidade estava pronta para semear ventos
e colher tempestades.
Rommel
lançou suas unidades em ataques devastadores infiltrando-se na retaguarda
inimiga, causando assim, espanto, confusão e, eventualmente, paralisia dos
inimigos. Em virtude do sucesso esmagador, porém, e em particular à sua
atordoante rapidez e aparecimento inesperado no campo de luta, uma vez após
outra, sua tropa passou a ser conhecida como a "Divisão Fantasma"
e, ele mesmo, como o "Cavaleiro do Apocalipse". A campanha
transformou-o em herói popular na Alemanha.
A
caminho da França, Rommel e sua divisão Panzer avançam sobre Luxemburgo, não
encontrando interferência, e logo em seguida, adentra 45 km no território
belga, varrendo a ligeira oposição. Transpondo o rio Ourthre, dispersou a
resistência francesa e começou a penetrar fundo em território francês.
Ocupando cidade após cidade, avança vários quilômetros e chega a costa
entre Fécamp e Saint-Valéry-en-Caux, encurralando aí tropas britânicas e
francesas que procuravam embarcar para a Inglaterra. No dia 12 de junho,
aproximadamente 20.000 soldados rendem-se, e um general francês que se
entregava disse-lhe: "O senhor é rápido demais para nós."
Três
dias depois, Rommel voltou ao rio Sena, cruzou-o e reiniciou o avanço para o
sul e oeste. Depois de rolar por várias cidades, retoma o rumo norte se
aproximando da costa em La Haye du Puits. Rodara à velocidade de 30 a 45 km
por hora a fim de cobrir mais de 320 km em dois dias. Seu avanço de 240 km em
um único dia foi o mais longo jamais conseguido numa guerra até aquela época.
Rommel
chegou aos subúrbios de Cherburgo no dia 17 de junho e prosseguiu para o sul
até Rennes. Depois, avançou até a fronteira espanhola a fim de apossar-se
da costa atlântica da França. Depois disso, retornou com sua divisão até
Bourdeux para prestar serviço de ocupação. Em uma campanha de seis semanas
de duração, Rommel capturou o espantoso total de quase 100.000 prisioneiros
e mais de 450 tanques. Perdeu 682 soldados mortos em ação, 1.646 feridos,
296 desaparecidos e 42 tanques. Ninguém conduzira a BlitzKrieg com tal
segurança, equilíbrio e rapidez. A foto de Rommel apareceu em toda parte na
Alemanha, e seu nome estava em todos os lábios.
Afrika
Korps
O
Afrika Korps foi criado por Hitler na intenção de ajudar os italianos no
norte da África. Mussolini havia iniciado esse novo teatro da guerra afim de
conquistar o Egito e o canal de Suez. Depois de alguns passageiros sucessos os
italianos começaram sofrer derrotas e mais derrotas. O comando do Afrika
Korps foi entregue a Rommel, na missão de evitar a expulsão dos italianos do
norte da África.
Rommel
chega a Trípoli em 12 de fevereiro de 1941. Os britânicos estavam prestes a
expulsar os italianos de seu território colonial, já tendo tomado Tobruk,
Derna, Benghazi, a capital da Cirenaica, e El Agheila, à entrada da Tripolitânia.
Os italianos imploraram a Rommel que salvasse Trípoli. Mas Rommel planejava
algo mais ambicioso e, no dia 19 de março, viaja até o quartel-general do Führer
para receber de Hitler as Folhas de Carvalho para a Cruz de Cavaleiro por seus
serviços na França. Alguns dias depois ele recebe instruções para preparar
um plano para reconquistar a Cirenaica.
O Fieseler Fi-156
Storch (Cegonha) foi usado por Rommel como posto de comando aéreo para coordenar as ações do Afrika
Korps em pleno deserto
No
dia 31 de março Rommel atacou. Obrigou os britânicos a abandonar todas as
suas posições até perto de Tobruk. Não foi mais longe por falta de
suprimentos e gasolina. O comandante inglês Auchinleck advertiu a seus
comandantes subordinados: "Nós falamos muito de nosso amigo Rommel".
Queria que suas tropas deixassem de considerá-lo um mago ou demônio, mas
simplesmente como um general alemão comum. Obviamente, esse não era o caso.
Os
ingleses lançaram a ofensiva Crusader, obrigando Rommel recuar um pouco, com
mínimas perdas. Após a Luftwaffe assegurar a superioridade aérea no
Mediterrâneo, Rommel desferiu um golpe devastador sobre Tobruk. Aniquilou as
defesas britânicas e tomou a fortaleza já parcialmente destruída. A notícia
chegou a Churchil quando ele se encontrava com o presidente Roosevelt na casa
branca, fazendo sua obsessão por Rommel chegar ao auge. Durante sua campanha
no norte da África, Rommel foi apelidado pelos árabes de "O
Libertador", pois estava tirando o domínio inglês da região, que se
fazia presente desde 1917.
Nesse
momento Rommel se encontrava na fronteira egípcia, onde tinha ordens de ficar
estacionado enquanto os recursos do Eixo eram desviados para um golpe decisivo
sobre a assediada ilha britânica de Malta, no Mediterrâneo. Mas uma idéia
passou pela cabeça de Rommel, e também na de Hitler e Mussolini. A idéia
consistia em um eventual ataque ao Egito e a conquista do canal de Suez.
Depois, o Afrika Korps avançaria rumo ao Oriente Médio e a Pérsia.
Alimentada com o abundante petróleo dessa região, a máquina de guerra alemã
avançaria e se juntaria as tropas na frente russa e, posteriormente,
marcharia em direção a Índia, para se encontrar com os japoneses e assim
selando a destruição do Império Britânico.
Rommel liderando
seus homens no Deserto Ocidental
Rommel
preparou planos para conquistar Alexandria. Mas no dia 1o. de julho, em
Alamain, Rommel e seu desfalcado Afrika Korps encontraram um 8ª exército
inglês reforçado, sob o comando direto do general Sir Auchinleck. Precisou
de todos os seus recursos para manter a sua linha intacta. Escreveu ele à sua
esposa: "A situação não pode continuar assim por muito tempo, ou a
linha se desintegrará. Militarmente, este é o período mais difícil pelo
qual já passei".
Em
setembro (ocasião que o 8ª exército foi fortemente reforçado), tentou
atacar mas foi inteiramente derrotado. Depois, rechaçou alguns ataques do 8ª
exército, já sob o comando de Sir Bernard Montgomery.
Rommel
passava por problemas de saúde. Estava com problemas estomacais e
intestinais, dilatação do fígado e deficiências circulatórias, e também
estava atormentado pelo desânimo com a dificuldade aparentemente insolúvel
de garantir o suprimento regular de suas tropas, e preocupado sobre o
aparecimento das primeiras dúvidas sobre a vitória final do Eixo, deixou o
norte da África em licença de tratamento médico. Visitou Mussolini em Roma,
e depois foi para a Prússia Oriental para falar com Hitler. Apresentou seus
argumentos. Sugeriu uma evacuação do norte da África, a fim de resgatar as
forças ali estacionadas para defender a Europa de uma invasão aliada. Mas
Hitler não lhe deu ouvidos e começou a falar sobre os novos tanques Tigre e
os foguetes Nebelwerfer. Depois, retirou-se para Semmering, nas proximidades
de Viena, a fim de tratar do problema do fígado e da pressão arterial
irregular. Enquanto repousava, manifestou à esposa as primeiras dúvidas
sobre Hitler, cujas política e estratégia absurdas, segundo ele, estavam
provocando a derrota.
No
dia 23 de outubro de 1942, Montgomery lançou uma operação com o objetivo,
como ele mesmo disse, de "eliminar Rommel". Rommel recebeu um
telefonema informando que seu sucessor havia morrido na batalha. Logo em
seguida, Hitler lhe telefona perguntando se ele poderia voltar. Rommel
respondeu que sim.
No
dia 25 de outubro, viajou para Roma, onde soube que só um mero fio de
suprimentos conseguia passar pelo Mediterrâneo, e chegou a Trípoli naquela
noite. Rommel visitou a frente de luta no dia 26 e ficou estarrecido. Os britânicos
dominavam o ar e o mar. Avisou Hitler, Mussolini e Kelssering (General da
Luftwaffe,
Comandante-em-Chefe no Mediterrâneo) que esperassem uma catástrofe.
No
dia 3 de novembro, Rommel assumiu posição defensiva e tentou alguns contra
ataques sem resultado. O combustível já estava faltando e as unidades
italianas desmoronaram, quando uma ordem de Hitler chega: "Resistir até
o fim". Rommel ficou atônito com a incompreensão e frigidez de Hitler.
Ordenou uma retirada total.
Rommel
e o restante de seu exército foram para a Tunísia onde Hitler e Mussolini
enviaram tropas para fazer um fortificada cabeça de ponte. Mas a resistência
durou poucos meses, e a Alemanha teve que deixar o norte da África.
Rommel
já não acreditava mais no esforço de guerra alemão no sul da Europa. Da
Espanha à Turquia os aliados podiam invadir por qualquer lugar, e ele sabia
que era só o primeiro soldado aliado colocar o pé na Itália que Mussolini
caía. Rommel também já não acreditava mais na aliança Italo-Alemã. Era só
uma questão de tempo para a Itália capitular.
Invasão
da Normandia
Como
Rommel previu, os aliados invadiram a Itália. Hitler nomeou Kelssering como
comandante supremo na Itália e reservou para Rommel a missão de defender a
costa francesa.
Rommel
começou a trabalhar duro na França. Mandou construir fortificações, passar
arames, barreiras, obstáculos anti-paraquedistas, colocou milhões de minas
ao longo da costa, construiu uma pequena muralha que não deu tempo de acabar.
E ainda, pediu reforço militar para Hitler, como duas divisões Panzer e mais
unidades de infantaria.
No
dia D, Rommel não estava presente na Normandia, e sim, em sua casa
comemorando o aniversário de sua esposa. Hitler ordenou que as divisões
Panzer ficassem atrás, como uma reserva de defesa. Rommel seguiu
imediatamente para a Normandia, mas já era tarde. Os aliados haviam
estabelecidos uma forte cabeça de ponte, e tinham a superioridade aérea. Era
o fim para Rommel. Para ele, a Alemanha havia perdido a guerra, e o que tinha
que ser feito era retornar para próximo da fronteira e organizar uma
eficiente defesa.
Os
historiadores militares acreditam que se Rommel estivesse lá na hora do
desembarque, imediatamente ordenaria as divisões Panzer atacar os aliados, o
que mudaria e muito a história como conhecemos.
A
Morte de Rommel
Três
dias depois do Dia-D, em 9 de junho de 1944, o carro em que Rommel viajava foi
atingido por um caça aliado. Rommel sofreu ferimentos graves na cabeça, e
foi levado para um hospital da Luftwaffe nas proximidades.
Um
pouco antes disso acontecer, Rommel havia tomado parte de um complô para
tirar Hitler do poder e prendê-lo. O que ele não sabia, era que os
conspiradores queriam era matar Hitler. No dia do acidente, o golpe chegava ao
seu clímax. Uma bomba explode no quartel-general do Führer, que escapa
milagrosamente. Hitler manda matar os opositores e descobre, por alguns
documentos, que o nome de Rommel constava como o presidente do IV Reich.
Como
Rommel era conhecido como o VolksGeneral (General do Povo), e por seus serviços
prestados, o Führer ofereceu duas possibilidades: Rommel poderia cometer suicídio
ou ser julgado por alta traição. Optando pelo suicídio, nada seria feito
contra sua esposa e filho.
Quando
Rommel estava em sua casa, dois Generais bateram à sua porta levando a notícia.
Rommel se despediu da família e entrou no carro junto com os Generais para
tomar o veneno. Chegou já morto ao Hospital, vitima de uma embolia fatal. Os
que viram o corpo comunicaram uma expressão de desprezo em seu rosto. O corpo
foi incinerado, para evitar complicações posteriores quanto ao
envenenamento, e Rommel teve um enterro com honras de Estado.
No
dia 7 de março de 1945 o Terceiro Reich começou a esboroar-se. Frau Rommel
recebeu informação do desejo de Hitler de mandar construir um monumento
esmerado na sepultura do marido.
Operação Flipper - “A caça à raposa”
“Foi uma operação
brilhante e de grande audácia”. Rommel
No outono de 1941, uma
figura havia alcançado, no teatro da guerra do deserto, uma fama que era quase
uma lenda: Rommel.
Auchinleck, o general britânico,
dizia referindo-se a Rommel: ... Fala-se muito a seu respeito. Rommel não
é, certamente, um super-homem. Mas, ainda que fosse, não seria desejável que
nossos homens acreditassem em seus poderes sobrenaturais. De modo que é necessário
desvirtuar de qualquer maneira a idéia de que Rommel seja algo mais que um
simples general alemão...
Entre as tropas do 8o
Exército britânico existia grande admiração por Rommel e suas façanhas.
Em apenas dois meses, Rommel havia mudado radicalmente o curso da guerra
africana, obrigando o exército do General Wavell, que atacava, a recuar, e
combater na defensiva. Por isso, o General Auchinleck foi enviado para
substituir Wavell. Por sua vez, o General Alan Cunningham, encarregado de
dirigir a ofensiva geral contra as posições alemães a 18 de novembro, teve a
idéia de eliminar previamente Rommel, mediante uma furtiva e eficaz cilada.
Algo muito ousado, por certo. Se conseguirmos eliminá-lo de qualquer modo que
seja - dizia - conseguiremos semear a confusão no Afrika Korps. E foi assim
que, dispostos a concretizar a idéia, alguns jovens oficiais propuseram um
temerário plano de ação. Sabia-se, seguramente, que Rommel tinha seu QG na
localidade de Sidi Rafa, a 375 km atrás das linhas alemães, e a 18 km do mar.
O acesso ao local era possível por mar ou pela estrada paralela à costa.
Atacando Sidi rafa poder-se-ia destruir o QG e matar o próprio Rommel.
Cunningham aprovou
imediatamente a idéia. Foi esse o começo da Operação Caça à Raposa. Um
plano excepcional, de uma audácia sem par, a ser executado na madrugada de 18
de novembro.
Neste ponto surgiu uma
questão: Quem comandará a operação?
A resposta não demorou.
Havia entre eles um autêntico adepto da caça às raposas. Era Geoffrey Charles
Ticker Keyes, do 2o Regimento dos Dragões Reais. Ex-aluno de Eton, e
pertencente a uma aristocrática família britânica, Keyes manifestou-se ao ser
informado: - Estou certo do sucesso, se me confiarem a missão...
Dispostos os planos para a
operação, determinou-se o seguinte dispositivo: interviriam, na ação, três
destacamentos. O primeiro, comandado por Keyes, atacaria exclusivamente a casa
de Rommel, a meio quilômetro a oeste da cidade, e o QG alemão que se
encontrava em Beda Littoria. O segundo destacamento sob o comando do Tenente
Southerland, assaltaria o QG italiano em Cirene, e destruiria as comunicações
telefônicas e telegráficas. Havia um terceiro grupo que sabotaria as comunicações
entre Faidia e Lamdula. Dois submarinos, o Tobray e o Talisman, se incumbiriam
do transporte dos soldados.
Às 20 horas da
sexta-feira, 14 de novembro de 1941, os submarinos deixaram o porto. Eram 22
horas, quando os homens reuniram-se na coberta do submarino. Keyes, com
serenidade e sangue-frio britânico, ordenou abrir várias garrafas de champanha
reservadas para a ocasião. Às 23 horas, o tempo começou a piorar. De súbito
s máquinas pararam. Fez-se silêncio. Os homens subiram à ponte. A
visibilidade era escassa. A praia aparecia recortada ao longe, entre as sombras.
Keyes consultou seu relógio.
Era a hora estabelecida. Deviam desembarcar. Rapidamente apareceram os botes de
borracha. Foram inflados com bomba de bicicleta. Depois, jogados ao mar. Cada
bote tinha capacidade para dois homens. O desembarque, que nos treinamentos se
efetuava em uma hora, demorou seis.
No sábado, 15 de novembro,
todos permaneceram ocultos num bosque próximo à costa. Nessa mesma tarde, começou
a chover. Ao anoitecer do dia seguinte, às 20 horas, conseguiram chegar a 8 km
de Sidi Rafa. Decidiram pernoitar numa caverna. Ao longe, no meio de um pequeno
bosque, sobre uma colina, se erguia uma construção de dois andares. Ali
estaria Rommel.
No dia 17 de novembro, às
18 horas, Keyes consultou seu relógio. Faltavam seis horas para começar a
operação. Ainda chovia. Todos se mantinham tensos, prontos para a aventura,
preparados para a caça à raposa...
E assim esperaram a
meia-noite. Quando o relógio marcou 12 horas, os soldados deixaram o refúgio,
e partiram debaixo da chuva. Três deles deviam inutilizar a instalação elétrica.
Cinco vigiariam do lado de fora. O resto controlariam as barracas vizinhas. Junto
a Keyes marcharam Campbell, Coulthread, Drori e Brodie. Engatinharam
até uma sala vazia. Várias portas abriam-se de ambos os lados. Por qual
entrar?
De repente uma delas se
abriu e apareceu um soldado alemão, em atitude despreocupada. Ficou imóvel.
Recuperou-se imediatamente e abriu a boca para gritar. Mas Campbell, rápido
como um raio, lançou-se sobre ele e o derrubou com um certeiro golpe de seu
punhal, que penetrou até o cabo, no corpo do alemão. O soldado caiu sobre uma
mesa, arrastando na queda, um recipiente de cristal, que se estilhaçou
estrepitosamente. Keyes, compreendendo o risco do incidente, que fazia perigar
todo o êxito da missão, precipitou-se para outra porta. Abriu-a rapidamente.
Dentro do quarto estava um grupo de soldados alemães, displicentemente sentados
ao redor de uma mesa. Não escutaram o barulho? Tanto pior para eles. Lançou
uma granada que levava em sua mão direita e atirou-se no chão. Mas, nesse
mesmo momento, uma descarga de metralhadora, disparada por um soldado alemão, o
atingiu, matando-o.
Seu sacrifício havia sido
inútil. Como também o de seus companheiros. De fato, nesse mesmo momento,
Rommel se achava muito longe dali...
No dia 18 de novembro,
Rommel soube do ocorrido. Imediatamente deu ordem a seu capelão, reverendo
Rudolf Dalmrath, que se dirigisse a Sidi Rafa, para dar sepultura cristã a
Keyes. Depois de uma viagem de 36 horas, o sacerdote, chegou a tempo para o
funeral. Um oficial colocou na tumba uma pequena coroa. Depois, uma cruz
improvisada com ramos de ciprestes. Sobre a cruz, um papel com os seguintes
dizeres: Em nome de Rommel.
A
vida no Afrika Korps
Um resumo sobre a vida dura no deserto e a logística empregada nas campanhas.
A guerra no Norte a África
era essencialmente uma campanha dos italianos, que quase foram derrotados pelos
britânicos na Abissínia (Etiópia). Os italianos eram uma fonte constante de
aborrecimento a Hitler, com seus ataques à Grécia e na África, ambos
terminados em derrota. Os alemães tiveram várias vezes que enviar reforços
para sustentar o exército relativamente fraco da Itália.
Hitler concordou em enviar uma força expedicionária para o Norte da África em 1941, sob as ordens de Rommel, um líder capaz e competente, que durante a campanha francesa conduziu a 7ª Divisão de Panzers (A Divisão Fantasma).
A força enviada para a África, era conhecida como a "Deutsche Afrika Korps", era composta de várias divisões de batalha que incluíam as 15ª e a 21ª Divisões de Panzer como também a 334ª Divisão de Infantaria e as 5ª e 90ª Divisões Leves. Os primeiros elementos chegaram à Tripoli, na Líbia, no dia 14 de fevereiro e continuariam chegando durante as demais semanas deste mês.
Alguns dos homens destas divisões eram veteranos acostumados à guerra e as campanhas anteriores, mas estavam a ponto de entrar em um tipo de conflito totalmente novo: a guerra no deserto, que traria muitos sofrimentos e exigiria muitas mudanças no comportamento, posicionamento tático, equipamentos e hábitos pessoais. As Tropas que foram enviadas no início da campanha tiveram que passar por um exame médico, na verdade não eram diferentes dos de rotina do Exército alemão, mas recebia o título de Certificado Médico de Aptidão para Serviço Tropical e aparte os testes habituais o candidato seria vacinado contra cólera e tifo. Devido à urgência da situação a maioria passava neste exame que era bastante direto. Na maioria das vezes o certificado era abandonado devido a essas urgências.
Foram emitidos uniformes de acordo com o clima que tiveram que ter um ajuste perfeito, principalmente o calçado para combater a queda severa da temperatura à noite durante os meses de inverno. Foram feitas outras mudanças, como no tecido que era usado: mais duro que o de couro (que também era usado no deserto) e menos suscetível ao calor. Também foram emitidas garrafas de água maiores e óculos contra o sol que eram usado pelo exército e unidades da Luftwaffe.
Os homens recentemente chegados ao Afrika Korps tinham um descanso durante uma marcha de rota projetada para aclimatação, mas este luxo não ficou disponível às tropas por muito tempo quando a campanha progrediu. É interessante notar que foi concedido aos soldados do Afrika Korps um aumento de pagamento (ou mesada como era conhecido) na forma de 2 Marcos por dia para soldados rasos e 3 Marcos por dia para oficiais.
Muitas outras mudanças tiveram que ser implantadas assim como os uniformes tropicais e equipamentos como capacete e as botas. Os Veículos foram repintados nas cores de camuflagem tropical que era principalmente amarelo escuro e o símbolo da Afrika Korps, a árvore de palma e a suástica, foi colocado como sinônimo da campanha Norte africana. O tipo de veículo usado pelos alemães no deserto eram os mesmos usados em outros teatros da guerra, os tanques britânicos eram em geral inferiores às máquinas alemãs. O MK III alemão e MK IV foram muito utilizados nos confrontos com Cruzadores britânicos, Valentines e Matildas. O canhão de 88mm, armas anti-aéreas formidáveis, foram pela primeira vez usadas no deserto e podiam destruir tanques britânicos a grandes distâncias. Outros tanques como o Pzkpf I e II também foram empregados no início da operação e embora tivessem pouco poder de fogo eram rápidos e tornaram-se úteis veículos de reconhecimento.
Areia e calor afetaram grandemente os tanques, causando danos devido a areia que penetrava nas junções. Os lubrificantes, uma vez contaminados com areia, tornavam-se inúteis e às vezes poderiam causar problemas sérios para as armas dos veículos.
As condições para as tripulações dos tanques no deserto eram incômodas. As temperaturas dentro de um tanque alcançavam em algumas ocasiões mais de 70º centígrados tornando-se quase impossível a permanência dentro deles. Não é nenhum exagero quando veteranos diziam que "você podia fritar um ovo em cima de um tanque". Os aviões também eram uma ameaça constante não só para os tanques como para todas as tropas, porque desciam sobre qualquer coisa que se movesse no deserto.
As viaturas blindadas eram muito importantes para reconhecimento e agressões, onde a velocidade era vital (especialmente no deserto devido a visibilidade quase ilimitada). Estes incluíam o Sdkfz 222 com quatro rodas e o 231 (carro blindado que possuía oito rodas) que também poderiam ser usados como veículos de controle de rádio. O Sdkfz 250 e 251 foram extensamente usados na África pelos alemães e poderiam executar várias tarefas diferentes como transporte de tropas, veículos de comando (como utilizado pelo próprio Rommel) e veículo de reconhecimento. Foram empregados veículos mais pesados para rebocar armas como as 3.7cm e as PAK 40 anti-tanques. O Sdkfz 7 foi empregado para rebocar peças de artilharia maiores como a 88mm e peças de 150mm. Motocicletas (BMW e Zundapp) também foram extensamente utilizadas, normalmente armadas com um único MG34 e eram especialmente versáteis para reconhecimento e escolta. Devido à arquitetura exposta do motor da motocicleta, a areia as incapacitava freqüentemente, um verdadeiro perigo para seus tripulantes.
Como em todos os cenários da guerra os alemães fizeram grande uso de veículos abandonados e não era incomum ver tanques e veículos britânicos pintados com insígnias alemãs. Também foram apropriadas diversas ambulâncias e caminhões. Com a chegada dos americanos, em 1942, foram capturados muitos dos equipamentos deles e usados pelos alemães. A única desvantagem deste sistema era a aquisição de partes excedentes para veículos inimigos. Esta filosofia deu origem à declaração que "no deserto nada seria desperdiçado". Eram muito comuns batalhas para conquista de "cemitérios de veículos".
Novas táticas tiveram que ser inventadas e programas de treinamento tiveram que ser desenvolvidos para ajudar as tropas a adaptarem-se ao novo terreno. Movimentos de tanques e de veículos atraíam os bombardeiros e caças inimigos devido às grandes nuvens de poeira que subiam depressa e podiam ser vistas a várias milhas. Sendo assim as tropas faziam a maioria dos seus avanços a noite.
Hitler concordou em enviar uma força expedicionária para o Norte da África em 1941, sob as ordens de Rommel, um líder capaz e competente, que durante a campanha francesa conduziu a 7ª Divisão de Panzers (A Divisão Fantasma).
A força enviada para a África, era conhecida como a "Deutsche Afrika Korps", era composta de várias divisões de batalha que incluíam as 15ª e a 21ª Divisões de Panzer como também a 334ª Divisão de Infantaria e as 5ª e 90ª Divisões Leves. Os primeiros elementos chegaram à Tripoli, na Líbia, no dia 14 de fevereiro e continuariam chegando durante as demais semanas deste mês.
Alguns dos homens destas divisões eram veteranos acostumados à guerra e as campanhas anteriores, mas estavam a ponto de entrar em um tipo de conflito totalmente novo: a guerra no deserto, que traria muitos sofrimentos e exigiria muitas mudanças no comportamento, posicionamento tático, equipamentos e hábitos pessoais. As Tropas que foram enviadas no início da campanha tiveram que passar por um exame médico, na verdade não eram diferentes dos de rotina do Exército alemão, mas recebia o título de Certificado Médico de Aptidão para Serviço Tropical e aparte os testes habituais o candidato seria vacinado contra cólera e tifo. Devido à urgência da situação a maioria passava neste exame que era bastante direto. Na maioria das vezes o certificado era abandonado devido a essas urgências.
Foram emitidos uniformes de acordo com o clima que tiveram que ter um ajuste perfeito, principalmente o calçado para combater a queda severa da temperatura à noite durante os meses de inverno. Foram feitas outras mudanças, como no tecido que era usado: mais duro que o de couro (que também era usado no deserto) e menos suscetível ao calor. Também foram emitidas garrafas de água maiores e óculos contra o sol que eram usado pelo exército e unidades da Luftwaffe.
Os homens recentemente chegados ao Afrika Korps tinham um descanso durante uma marcha de rota projetada para aclimatação, mas este luxo não ficou disponível às tropas por muito tempo quando a campanha progrediu. É interessante notar que foi concedido aos soldados do Afrika Korps um aumento de pagamento (ou mesada como era conhecido) na forma de 2 Marcos por dia para soldados rasos e 3 Marcos por dia para oficiais.
Muitas outras mudanças tiveram que ser implantadas assim como os uniformes tropicais e equipamentos como capacete e as botas. Os Veículos foram repintados nas cores de camuflagem tropical que era principalmente amarelo escuro e o símbolo da Afrika Korps, a árvore de palma e a suástica, foi colocado como sinônimo da campanha Norte africana. O tipo de veículo usado pelos alemães no deserto eram os mesmos usados em outros teatros da guerra, os tanques britânicos eram em geral inferiores às máquinas alemãs. O MK III alemão e MK IV foram muito utilizados nos confrontos com Cruzadores britânicos, Valentines e Matildas. O canhão de 88mm, armas anti-aéreas formidáveis, foram pela primeira vez usadas no deserto e podiam destruir tanques britânicos a grandes distâncias. Outros tanques como o Pzkpf I e II também foram empregados no início da operação e embora tivessem pouco poder de fogo eram rápidos e tornaram-se úteis veículos de reconhecimento.
Areia e calor afetaram grandemente os tanques, causando danos devido a areia que penetrava nas junções. Os lubrificantes, uma vez contaminados com areia, tornavam-se inúteis e às vezes poderiam causar problemas sérios para as armas dos veículos.
As condições para as tripulações dos tanques no deserto eram incômodas. As temperaturas dentro de um tanque alcançavam em algumas ocasiões mais de 70º centígrados tornando-se quase impossível a permanência dentro deles. Não é nenhum exagero quando veteranos diziam que "você podia fritar um ovo em cima de um tanque". Os aviões também eram uma ameaça constante não só para os tanques como para todas as tropas, porque desciam sobre qualquer coisa que se movesse no deserto.
As viaturas blindadas eram muito importantes para reconhecimento e agressões, onde a velocidade era vital (especialmente no deserto devido a visibilidade quase ilimitada). Estes incluíam o Sdkfz 222 com quatro rodas e o 231 (carro blindado que possuía oito rodas) que também poderiam ser usados como veículos de controle de rádio. O Sdkfz 250 e 251 foram extensamente usados na África pelos alemães e poderiam executar várias tarefas diferentes como transporte de tropas, veículos de comando (como utilizado pelo próprio Rommel) e veículo de reconhecimento. Foram empregados veículos mais pesados para rebocar armas como as 3.7cm e as PAK 40 anti-tanques. O Sdkfz 7 foi empregado para rebocar peças de artilharia maiores como a 88mm e peças de 150mm. Motocicletas (BMW e Zundapp) também foram extensamente utilizadas, normalmente armadas com um único MG34 e eram especialmente versáteis para reconhecimento e escolta. Devido à arquitetura exposta do motor da motocicleta, a areia as incapacitava freqüentemente, um verdadeiro perigo para seus tripulantes.
Como em todos os cenários da guerra os alemães fizeram grande uso de veículos abandonados e não era incomum ver tanques e veículos britânicos pintados com insígnias alemãs. Também foram apropriadas diversas ambulâncias e caminhões. Com a chegada dos americanos, em 1942, foram capturados muitos dos equipamentos deles e usados pelos alemães. A única desvantagem deste sistema era a aquisição de partes excedentes para veículos inimigos. Esta filosofia deu origem à declaração que "no deserto nada seria desperdiçado". Eram muito comuns batalhas para conquista de "cemitérios de veículos".
Novas táticas tiveram que ser inventadas e programas de treinamento tiveram que ser desenvolvidos para ajudar as tropas a adaptarem-se ao novo terreno. Movimentos de tanques e de veículos atraíam os bombardeiros e caças inimigos devido às grandes nuvens de poeira que subiam depressa e podiam ser vistas a várias milhas. Sendo assim as tropas faziam a maioria dos seus avanços a noite.
FONTE: Tropa de Elite
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